Sem encaixe – Há algo estranha na mais recente pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial, encomendada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela Rede Globo. De acordo com o instituto, a petista Dilma Rousseff ampliou de seis para nove pontos porcentuais a vantagem em relação a Marina Silva (PSB), enquanto o tucano Aécio Neves interrompeu sua trajetória de crescimento
Segundo o Ibope, Dilma saltou de 36% para 38% das intenções de voto, enquanto Marina caiu de 30% para 29%. Aécio manteve os mesmos 19% registrados na pesquisa anterior. No segundo turno, a pesquisa identificou um empate em 41% entre a candidata petista e a presidenciável do PSB.
Senador pelo PSDB mineiro, Aécio Neves crescera quatro pontos porcentuais na pesquisa realizada na última semana, o que lhe deu esperança de manter o avanço, depois de perder espaço com a entrada de Marina Silva no páreo presidencial.
Se por um lado é prematuro afirmar que Aécio não mais crescerá nas pesquisas de intenção de voto, por outro é importante destacar que a pesquisa traz um dado curioso. Dilma aumento sua chance de vitória, ao mesmo temo em que 70% dos eleitores são contra os sórdidos ataques petistas a Marina Silva.
Pesquisa eleitoral retrata um momento, como sempre afirmamos, o que não garante a repetição do mesmo resultado no dia seguinte. Até porque, pesquisas de opinião são calcadas em estatística. Apesar desse detalhe técnico, não há como confiar em um cenário eleitoral em que a candidata que está na dianteira tem o maior índice de rejeição e é criticada pela extensa maioria do eleitorado por causa do jeito sujo de fazer campanha.
De tal modo, se o comando da campanha tucana sintonizar o discurso de Aécio com os anseios do eleitorado, que cada vez mais clama por mudanças, Marina Silva corre o risco de levar um enorme susto na reta final. Isso porque a capacidade de reação de Marina começa a minguar, situação decorrente do esgotamento de uma imagem que não sugere mudanças, especialmente no âmbito das questões ideológicas.
