Dilma já escolhe as mentiras do 2º turno, mas crise econômica será uma espada no pescoço da petista

dilma_rousseff_472Sem escapatória – No dia seguinte ao primeiro turno da eleição presidencial, a petista Dilma Rousseff reuniu-se com o staff da sua campanha para definir as estratégias da segunda etapa da disputa, além de discutir os meios para cooptar o apoio de Marina Silva, que por enquanto está indecisa ou faz mistério.

Dilma, que equivocadamente mescla mentira com ousadia, disse que “a maioria votou para garantir o que já conquistou”. É verdade que a palavra tem poder e frases de efeito sempre produzem algum resultado, em especial quando esculpidas por marqueteiros especializados em embustes, mas a presidente-candidata precisa esclarecer que maioria é a que menciona e quais foram as conquistas que devem ser mantidas.

Para provar que a mitomania tornou-se algo doentio e irreversível na vida de Dilma, os números da economia mostram uma faceta dessa psicose presidencial. Pela décima nona semana consecutiva, o mercado financeiro reduziu a projeção da economia em 2014. É o que mostra o Boletim Focus, do Banco Central, que ouviu os economistas das cem maiores instituições financeiras do país e para quem o avanço do PIB neste ano será de 0,24%, contra 0,29% da previsão anterior. Isso mostra que Dilma terá dificuldade para elencar as tais conquistas para a verdadeira maioria.

No âmbito da inflação oficial, os especialistas do mercado financeiro revisaram para cima a expectativa de fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano, que saltou de 6,31% para 6,32%. Para 2015, a previsão dos analistas do mercado para o IPCA ficou estável em 6,30%. Quando o assunto é inflação real, aquela que atormenta diariamente o brasileiro, o índice já deixou para trás a marca de 20% ao ano, o que corrói de forma sistemática o salário do trabalhador. O sistema de metas instituído pelo governo tem como limite máximo a marca de 6,5% para a inflação, sendo que o centro da meta é de 4,5%. A inflação há muito que frequente o teto da meta, mas os palacianos creem que tal situação é normal. Ou seja, por conveniência burra o teto tornou-se centro da meta.

Para complicar o que já é ruim, os analistas financeiros projetaram alta do dólar até o final do ano. A cotação da moeda norte-americana, segundo os especialistas, encerrará 2014 valendo R$ 2,40, contra R$ 2,35 da previsão anterior. Isso significa que o governo terá maiores dificuldades para controlar a inflação.

Enquanto Dilma escolhe as mentiras que despejará sobre os eleitores incautos no segundo turno da corrida presidencial, a crise econômica não dá trégua para a petista e continua fazendo estragos. Considerado com um dos principais setores da economia, a indústria automobilística está desanimada. Isso porque a previsão do setor é de queda de 5% em 2014.

Poupança e falência

Com a inflação em alta e a crise fazendo estragos, os cidadãos não conseguem guardar dinheiro. Esse movimento foi sentido na poupança, que em setembro registrou o menor ingresso de recursos dos últimos nove anos, para o mês. De acordo com o Banco Central, em setembro os depósitos superaram os saques na caderneta de poupança em R$ 1,36 bilhão. É a menor entrada líquida de recursos para meses de setembro desde 2005, quando houve a saída de R$ 708 milhões.

Dilma insiste em “vender” aos desavisados a ideia de que o Brasil é uma réplica melhorada do País de Alice, mas na verdade a situação está mais para olho do furacão do que para território das maravilhas.

De acordo com a Serasa Experian, os pedidos de falência cresceram em setembro em todo o País, segundo o Indicador de Falências e Recuperações. No mês, foram registrados 181 pedidos de falência, alta de 21,5% em relação aos 149 de agosto. Trata-se do o pior resultado do ano em termos de quantidade de empresas que sofreram pedidos de falências. Na comparação com setembro de 2013, o número de pedidos de falência subiu 16%, com 156 pedidos. Foi o pior mês de setembro em quatro anos: 108 (2011), 135 (2012) e 156 (2013). Dos 181 requerimentos de falência efetuados em setembro de 2014, 91 foram de micro e pequenas empresas, 39 de médias e 51 de grandes. Ou seja, a crise não está disposta a fazer escolhas e por isso aciona a metralhadora giratória sem pudor e piedade.

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