CPMI da Petrobras: deputado requer reunião para quebrar sigilos de empreiteiras e políticos

petrobras_15Pente fino – Diante das novas revelações sobre o envolvimento direto de empreiteiras e da alta cúpula do PT, do PMDB e do PP no esquema de corrupção que funcionava na Petrobras, feitas em depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) cobrou nesta quinta-feira (9), mais uma vez, a convocação de uma reunião de emergência da CPMI para aprovar a quebra de sigilo de todos os citados no esquema.

Liberados pela Justiça Federal, os depoimentos de Costa e Youssef revelam detalhes sobre a ação da quadrilha que se infiltrou na Petrobras e apontam, entre outros pontos, um cartel de dez empresas que superfaturavam em 20% os contratos com a estatal, sendo que o dinheiro do crime era dividido entre partidos, políticos, operadores e diretores da empresa petrolífera.

No rastro das graves denúncias, que destacam o desvio de bilhões de reais dos cofres públicos, Rubens Bueno disse ser inadmissível que o comando da Comissão, formado pelo PT e PMDB, tenha marcado a próxima reunião somente para o dia 22 de outubro. E, pior, apenas para tomar o depoimento do diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza.

“Nós estamos insistindo há meses para que seja realizada uma reunião de votação das quebras de sigilo das empreiteiras, ex-diretores da empresa e operadores do esquema. Antes mesmo do vazamento de hoje, havia apresentado os requerimentos para convocar e quebrar os sigilos de todos os citados até agora por Paulo Roberto Costa e Youssef. Essa operação- abafa, de blindagem na CPMI, não pode continuar, até porque não está adiantando e os que atuam nessa linha estão sendo desmoralizados com os vazamentos”, provocou o líder do PPS.

Para Rubens Bueno, os parlamentares que não desejam a investigação devem deixar a comissão. “A função de varrer a sujeira para debaixo do tapete não existe mais. A obrigação da CPMI é aprovar a quebra dos sigilos não só para cumprir o seu papel de investigação, mas também para colaborar com as investigações conduzidas pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal”, afirmou.

Para o líder do PPS, a comissão deve continuar insistindo no compartilhamento dos depoimentos da deleção premiada, mas não pode ficar “sentada” aguardando o que é divulgado pela imprensa. “Está claro que integrantes do PT, PMDB e PT dividiam 3% dos valores dos contratos superfaturados. Temos que fazer uma devassa completa nisso, identificar o montante dos desvios, apontar os responsáveis para indiciamento e acionar os órgãos competentes para recuperar essa montanha de dinheiro surrupiada do povo brasileiro”, defendeu o deputado, que entrará em contato com o presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para insistir na realização de uma reunião administrativa da comissão na próxima semana.

O deputado lembra que o comando da CPMI não pode mais fazer jogo de cena. “O relator, deputado Marco Maia (PT-RS), nos pediu, há um mês, sugestões de requerimentos para votar. Repassamos uma lista, incluindo as empreiteiras, e até hoje nada. Nem resposta nos deu. Cobrei dele isso ontem e hoje vem a informação de que a próxima reunião será no dia 22 para ouvir alguém que ainda não teve o sigilo quebrado. Já passou da hora de acabar com essa palhaçada!”, cobrou Rubens Bueno.

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