Prova dos nove – Durante cinco anos, o empresário Hermes Magnus e o editor do ucho.info, jornalista Ucho Haddad, foram rotulados pela grande imprensa como loucos, às vezes como esquizofrênicos. Esses ataques sórdidos e covardes tinham uma razão de ser: o empresário e o jornalista denunciaram, em janeiro de 2009, o esquema de corrupção que culminou com a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e interrompeu a ciranda de corrupção que funcionava na Petrobras.
O tempo passou e, em março passado, a PF deflagrou a operação que levou para a cadeia alguns dos protagonistas do maior escândalo de corrupção da história nacional, dentre eles o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef. Por ocasião das denúncias, o ucho.info afirmou que o esquema era comandado por José Janene, ex-deputado federal pelo Partido Progressista e já falecido, e pelo doleiro da Lava-Jato, sócio e compadre do parlamentar que ficou conhecido como o “Xeique do Mensalão”.
Enquanto veículos midiáticos tentam chamar para si a paternidade de uma denúncia que não lhes pertence, como já sabem os leitores do site, Paulo Roberto Costa confirmou ao juiz federal Sérgio Moro o que o ucho.info sempre afirmou. O dinheiro da corrupção, proveniente do superfaturamento de contratos na diretoria de Abastecimento e Refino da Petrobras, lhe era repassado por Janene e Youssef.
Questionado, durante depoimento prestado em Curitiba na quarta-feira (8), se recebia parte dos valores da corrupção que corria solta na estatal, Costa respondeu positivamente. “Sim, em valores médios o que acontecia. Do 1% para o PP, em média 60% ia para o partido, 20% para despesas às vezes de emissão de nota fiscal e para envio e 20% restantes eram repassados assim, 70% para mim e 30% para o Janene ou Alberto Youssef”, disse Costa.
Ou seja, os denunciantes não têm um grama sequer de loucura, como sugeriram alguns veículos da imprensa verde-loura, sendo que alguns insistiam – e ainda insistem – que tudo não passou de uma desavença comercial. Para a sorte do Brasil e dos brasileiros de bem, as investigações mostraram o contrário, comprovando as denúncias de Magnus e Haddad.
Sobre a forma de entrega do dinheiro da corrupção, Paulo Roberto afirmou: “Eu recebia em espécie normalmente na minha casa, ou no shopping ou no escritório, depois que abri a minha companhia de consultoria”. De acordo com o ex-diretor da estatal, quem fazia a entrega do dinheiro sujo era Janene ou Youssef.
O Partido Progressista, citado por Paulo Roberto Costa como um dos principais beneficiários do esquema de corrupção que funcionava na Petrobras, informou por meio de nota que por enquanto não se pronunciará a respeito do assunto, pois desconhece o teor do depoimento do ex-diretor da estatal petrolífera. A posição do PP não poderia ser outra, que não a de negar as graves acusações de Costa, que confirmam as muitas matérias publicadas pelo ucho.info ao longo dos últimos cinco anos.
Por mais que o PP tente desesperadamente escapar do olho do furacão, não é difícil provar a participação da cúpula da legenda no esquema criminoso que inicialmente era operado por José Janene e Alberto Youssef. Ao longo das investigações, muitas informações divulgadas pelo site serviram para que as autoridades conseguissem estabelecer elos entre os integrantes da quadrilha. Constantemente ameaçados e com o cotidiano reduzido a um quase “cativeiro domiciliar”, o empresário e o editor ainda guardam informações preciosas sobre o funcionamento do esquema.