Após pressão da oposição, CPMI da Petrobras fará reunião para discutir quebra de sigilos

corrupcao_16Agora vai – Os partidos de oposição (Democratas, PPS, PSDB e Solidariedade) pressionaram e o presidente da CPMI da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu promover uma reunião, na terça-feira (14), com os líderes partidários no Congresso Nacional para deliberar sobre a realização de uma sessão extraordinária com o objetivo de votar requerimentos, principalmente os de quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico de fornecedores, empreiteiras, políticos, dirigentes partidários e funcionários públicos envolvidos no esquema de corrupção na estatal petrolífera. O local e o horário do encontro ainda não estão definidos.

O pedido de convocação extraordinária da CPMI foi protocolado na última sexta-feira (10) pelo líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), depois após a divulgação dos depoimentos de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Yousseff, que revelaram que PT, PMDB e PP ficavam com 3% dos contratos fechados pela companhia com um cartel de dez construtoras e empresas de fornecimento de materiais. O esquema, de acordo com os delatores da corrupção, atingiu todas as principais diretorias da petroleira e tinha como um dos operadores o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto.

“Com as novas revelações sobre o envolvimento direto de empreiteiras e das cúpulas do PT, PMDB e PP no esquema de corrupção na Petrobras, não há mais desculpas para o adiamento de reuniões e votação das quebras de sigilo. Ao contrário do que defende a presidente Dilma e alguns de seus aliados, o período eleitoral não pode servir de desculpa para a paralisação das investigações. É obrigação dos integrantes da CPMI comparecerem nas reuniões e colocar os requerimentos em votação”, defende Rubens Bueno.

Os depoimentos prestados por Costa e Youssef no processo da Operação Lava-Jato revelam detalhes sobre a ação da quadrilha que se infiltrou na Petrobras e apontam, entre outros quesitos, um cartel de dez empresas que superfaturavam em 20% os contratos com a estatal, sendo que o dinheiro proveniente da ação criminosa era dividido entre partidos, políticos, operadores e diretores da empresa.

“Nós estamos insistindo há meses para que seja realizada uma reunião de votação das quebras de sigilo das empreiteiras, ex-diretores da empresa e operadores do esquema. Antes mesmo da divulgação dos depoimentos, havia apresentado os requerimentos para convocar e quebrar os sigilos de todos os citados até agora por Paulo Roberto Costa e Youssef. Essa ‘operação abafa’, de blindagem na CPMI, não pode continuar, até porque não está adiantando e os que atuam nessa linha estão sendo desmoralizados”, provocou o líder do PPS. “Os parlamentares que não desejam a investigação devem pedir para sair da comissão”, finalizou.

apoio_04