Dilma tropeça na fala desconexa e sai em desvantagem no primeiro debate com Aécio Neves

(Nelson Almeida - AFP)
(Nelson Almeida – AFP)
Mortos e feridos – No primeiro debate entre os candidatos que disputam em segundo turno a corrida presidencial, a petista Dilma Vana Rousseff saiu em desvantagem. Essa é a avaliação não apenas do ucho.info, mas de muitos especialistas e jornalistas políticos. No encontro realizado pela Rede Bandeirantes, a presidente-candidata decidiu mesclar denúncias caluniosas com propostas de governo e acabou se perdendo, a ponto de formular perguntas confusas e responder de forma pouco compreensível. Aécio Neves (PSDB) fez o mesmo, mas não se valeu das mentiras para colocar a candidata oficial em sinuca de bico.

Enquanto Dilma falava que seu governo foi “o primeiro a investir mais de R$ 140 bilhões em mobilidade urbana”, os telespectadores que acompanharam o debate se preparavam para enfrentar mais um dia de intensos congestionamentos nas maiores cidades brasileiras. Isso porque os governos do PT (Lula e Dilma) incentivaram a compra de automóveis novos como forma de minimizar os efeitos da crise, o que acabou privilegiando o transporte individual. Lula colocou um carro novo na garagem dos mais pobres, mas não deu a eles as condições mínimas de usar o brinquedinho desnecessário. Sem planejamento e investimentos antecipados em mobilidade urbana, a mesma citada por Dilma, as cidades se transformaram em congestionamentos intermináveis.

No que tange ao controle da inflação, Dilma não mais se avexa em mentir sobre o tema. Os brasileiros sabem que a inflação oficial está fora de controle e que a real, aquela que devora o salário do trabalhador, há muito deixou para trás a órbita de 20% ao ano. A presidente tem o direito de dizer o que quiser, inclusive o de mentir, mas não pode querer que os brasileiros acreditem em suas repetitivas falácias.

É sabido que o PT luta com todas as forças para manter-se no poder, até porque a vitória do adversário representa uma devassa em doze anos de desmandos e escândalos de corrupção, mas não será com uma candidata que tem claras dificuldades de oratória que isso há de acontecer. Se o Partido dos Trabalhadores apostou suas fichas na reeleição de Dilma, não é prematuro afirmar que a legenda corre o sério risco de tropeçar no próximo dia 26 de outubro.

O nervosismo de Dilma durante o debate não ficou patente apenas na sua expressão facial, que traduzia o esforço que a candidata fez para estar na arena da Band, mas nas expressões utilizadas para enfatizar seus feitos ou para se esquivar das colocações do adversário. No momento em que usou o termo “profundamente passageiro”, a presidente deixou claro que seu descontrole era maior do que se podia esperar. Afinal, qualquer coisa profunda não tem como ser passageira, exceto aquele pegou carona em um submarino. Outro sinal do descontrole de Dilma ficou evidente quando a petista fugiu da polêmica de substituir carne por ovo, sugestão dada por um integrante do governo para conter a inflação.

A dependência que Dilma, Lula e o PT têm em relação ao PSDB é algo tão recorrente e entediante, que o melhor a se fazer nesse caso é procurar o psicólogo mais próximo, pois desatar esse nó existencial não é tão simples quanto parece.

Muito se falou ao longo da terça-feira que Dilma iria para o debate para desmontar o adversário, mas não foi isso que surgiu na tela da Band. O que se viu foi uma candidata insegura, responsável por um governo pífio e que o tempo todo tentou justificar o injustificável. Nenhum ser humano é perfeito, o que garante a evolução da raça, e, por consequência, um político não foge à regra. Aécio Neves está longe de ser o político perfeito, mas o fato de Dilma recorrer constantemente à era FHC para justificar seus erros é caso de psiquiatria.

Pesquisas e opiniões à parte, uma eleição se decide na urna, no voto sobre voto. Por isso é importante cautela até o Dia D. Que vença o melhor, que prevaleça o bom senso do eleitor.

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