Perna curta – Azedou de vez a difícil situação política da senadora petista Gleisi Hoffmann, candidata derrotada ao governo do Paraná. De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, em um dos depoimentos da delação premiada, afirmou aos policiais federais e aos procuradores da República que repassou R$ 1 milhão do esquema criminoso para a campanha de Gleisi, em 2010, quando a petista conseguiu uma vaga no Senado Federal.
De acordo com o “Estadão”, Costa disse que a campanha da petista recebeu a tal doação a pedido do doleiro Alberto Youssef, também preso na Operação Lava-Jato e colaborando com as autoridades como forma de conseguir uma redução da pena a que será condenado.
Youssef é amigo íntimo do ainda deputado federal André Vargas (PR), que integra o grupo político de Gleisi e seu marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações). Pior meio de sua assessoria, a senadora paranaense disse que não conhece Costa e Youssef. O marido, Paulo Bernardo, também negou conhecer o doleiro. “Chance zero de Youssef pedir para fazer uma doação para Gleisi. Ele não a conhece e não me conhece. A troco do quê vai fazer isso?” declarou o ministro.
Negar é um direito que qualquer cidadão tem ao ser acusado de um delito, mas Gleisi e Paulo Bernardo não podem dizer que desconhecem o doleiro Youssef. O primeiro detalhe que os unes é o fato de que todos são de Londrina, importante cidade do Paraná. O segundo detalhe, o mais comprometedor, é que André Vargas, certa vez, lavou dinheiro da campanha de Paulo Bernardo no esquema do doleiro.
Youssef e André Vargas integraram um ruidoso escândalo de corrupção na prefeitura de Londrina, em 1999. De acordo com o Ministério Público, o caso envolveu o desvio de R$ 12 milhões, em valores da época, culminando com a cassação do mandato do então prefeito da cidade, o petista Antônio Belinati.
De acordo com o promotor Claudio Esteves, Youssef foi processado por lavar R$ 120 mil, desviados pela quadrilha que capitaneava as licitações de uma antiga autarquia municipal, na ocasião responsável pelo meio ambiente da cidade. O dinheiro foi parar no caixa da campanha do então candidato a deputado federal, Paulo Bernardo, atual ministro das Comunicações. Mesmo assim, Gleisi e o marido negam conhecer Youssef. Faz de conta que o Brasil acreditou nessa história, que tem todo jeito de estória.