Organização Mundial da Saúde espera aplicar vacina contra o ebola a partir de janeiro

(Alex Durval Smith - DPA)
(Alex Durval Smith – DPA)
Luz no túnel – A Organização Mundial da Saúde (OMS) está pressionando por avanços na pesquisa de uma vacina contra o ebola e espera começar a testar duas versões experimentais na África Ocidental em janeiro de 2015.

Nesse primeiro mês, os testes em larga escala deverão ser realizados em mais de 20 mil profissionais da saúde e outros indivíduos dos países mais afetados pela epidemia. O número de vacinações deve se manter nos meses seguintes, disse a porta-voz da OMS, Fadela Chaib, na terça-feira (21).

O “teste real” na África Ocidental em janeiro será levado adiante somente se, durante os testes clínicos que estão em curso na Europa, África e Estados Unidos, as vacinas se mostrarem seguras e o sistema imunológico dos voluntários tiver uma resposta positiva.

A expectativa é que dados preliminares estejam disponíveis em dezembro. “Ainda há uma possibilidade de dar errado”, reconheceu a diretora-geral assistente da OMS, Marie Paule Kieny, em Genebra.

Nas próximas semanas, devem ter início, em países do oeste da África, os testes de medicamentos contra o vírus e a coleta de sangue de sobreviventes da doença para o tratamento de pacientes. A OMS e organizações parceiras estão selecionando centros de tratamento para conduzir os testes, afirmou Kieny.

Segundo a representante da OMS, o projeto que está em andamento na Libéria visa a instalar nas próximas semanas um centro de coleta de sangue de sobreviventes, que será transformado num soro para aplicação em pacientes infectados. Em Serra Leoa e Guiné, os dois outros países mais afetados pelo ebola, os parceiros da OMS estão desenvolvendo centros similares.

Chamada de soro convalescente, a solução contém anticorpos que, teoricamente, podem ajudar um paciente a superar o vírus. “Esse é um processo que deve levar em conta a segurança do doador, bem como a segurança do receptor”, destacou Kieny, citando riscos de infecção para outras doenças transmissíveis pelo sangue, como hepatite e HIV.

O surto na África Ocidental já matou mais de 4.500 pessoas desde que surgiu há dez meses. Especialistas disseram que poderia haver 10 mil novos casos por semana a partir de dezembro, caso as autoridades não tomem medidas adicionais. (Com agências internacionais)

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