Dois e dois – Quando o ucho.info, em matéria do dia 29 de agosto deste ano, afirmou que o esquema de corrupção e desvio de dinheiro público, desvendado pela Operação Lava-Jato, em algum momento subiria a rampa do Palácio do Planalto, não o fez com base no “achismo”, mas porque seu editor, Ucho Haddad, conhece a fundo os bastidores do escândalo. Afinal, ao lado do empresário Hermes Magnus, o jornalista denunciou os muitos crimes cometidos pela quadrilha então liderada por José Janene (PP-PR), morto em 2010.
Não precisou muito tempo para que Alberto Youssef, o doleiro da Lava-Jato, revelasse às autoridades envolvidas nas investigações o que os leitores do site souberam com a costumeira antecedência: a Operação Lava-Jato, cedo ou tarde, alcançaria o lobista Lula e a presidente Dilma Rousseff. Antes de Youssef, mas depois da matéria do ucho.info, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, afirmou que a pedido de Antonio Palocci Filho depositou R$ 2 milhões na conta de campanha de Dilma, em 2010. Era a primeira confirmação do envolvimento do Palácio do Planalto no que tem tudo para ser o maior escândalo de corrupção da história brasileira.
Em depoimento à Polícia Federal, à Justiça federal e a ao Ministério Público, Alberto Youssef não titubeou ao afirmar que Lula e Dilma sabiam de tudo desde o início das ações criminosas que sangraram os cofres da Petrobras.
Disse o doleiro: “O Planalto sabia de tudo!”.
Questionou o delegado da PF: “Mas quem no Planalto?”.
Youssef respondeu: “Lula e Dilma”.
Apesar de sempre negarem desconhecer os escândalos de corrupção da era petista, é claro que Lula e Dilma sempre souberam de todas as falcatruas e roubalheiras cometidas pela “companheirada” e pelos aliados com a conivência oficial. Não se pode imaginar que um escândalo de corrupção com proporções estratosféricas aconteça nas barbas do governo sem que o staff palaciano tivesse conhecimento. Se isso aconteceu, ou seja, que Lula e Dilma de nada sabiam, ambos jamais tiveram condições de comandar o País.
Reza a Constituição Federal que ninguém é obrigado a produzir prova contra si, o que dá a Lula e Dilma o direito de negar os fatos até o fim. No contraponto, a Lei nº 1079, de 10 de Abril de 1950, que define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento, é a primeira grande pedra no caminho de Dilma Rousseff, caso a petista vença a corrida presidencial. Ou seja, a presidente-candidata pode, se reeleita, ser alvo de um rumoroso processo de impeachment. Muitas são as disposições contidas na referida que lei que permitem a abertura de um processo de impeachment, mas o inciso VII do artigo 9º resume tudo: “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. E nesse quesito não restam dúvidas em relação à presidente Dilma Rousseff.
O ucho.info sempre afirmou que, além do polpudo salário oficial, os mais inocentes parlamentares da chamada base aliada colocam mensalmente no bolso, no mínimo, R$ 100 mil. Às vezes mais, às vezes menos, às vezes nada, mas na média R$ 100 mil. Até porque, o custo de uma campanha eleitoral é muito maior do que o valor informado à Justiça Eleitoral, que no rastro da folclórica cegueira da deusa Têmis prefere fechar os olhos para o óbvio e conhecido.
Em um dos seus depoimentos, Youssef informou à Polícia Federal que pagava mesadas, entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, a vários integrantes da base aliada. O que confirma a tese aqui defendida durante anos que o “Petrolão” foi a forma encontrada pelos marginais da política de substituir o “Mensalão do PT”. Fora isso, fica comprovado que Lula jamais reuniu condições político-administrativas para conseguir uma base de apoio no Congresso Nacional tão grande quanto a que esteve à sua disposição ao longo de oito anos. Sempre lembrando que Dilma pegou carona nesse esquema criminoso.