Comissão de Agricultura do Senado decide apurar seguidas denúncias de fraude no alardeado Pronaf

ana_amelialemos_03Ocultismo oficial – A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal aprovou, na quinta-feira (6), um convite para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto (PT), comparecer ao colegiado e prestar esclarecimentos sobre denúncias de fraude no Programa Nacional de Fortalecimento Agricultura Familiar (Pronaf), tão gazeteado pela presidente Dilma Rousseff durante a recente campanha eleitoral.

A Polícia Federal investiga a possibilidade de desvio de recursos, aproximadamente R$ 79 milhões, destinados a agricultores familiares beneficiários do Pronaf na cidade de Santa Cruz do Sul (RS). Informações veiculadas pela imprensa dão conta de que mais de 6 mil pequenos agricultores podem ter sido vítimas de fraude em contratos de financiamento pelo programa do governo federal. Eles teriam sido envolvidos em dívidas que não assumiram.

Além do ministro, a Comissão convidará representantes do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e do Banco do Brasil para obter esclarecimentos e informações sobre o suposto escândalo e a investigação.

Integrantes da Comissão de Agricultura irão a Santa Cruz do Sul para ouvir depoimentos dos agricultores que supostamente foram lesados. Os pedidos de audiência pública e de visita ao município gaúcho foram apresentados pela senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).

“Uma entidade contratava o empréstimo, dava uma declaração em branco. A procuração era assinada pelo agricultor e a entidade que os representava tomava o empréstimo e não repassava para eles [segundo a investigação]. Esse agricultor ficou só com a dívida e em uma situação de desespero. Penso que seja conveniente a comissão levantar esse problema para preservar um dos instrumentos mais importantes de política agrícola”, comentou a senadora Ana Amélia, que destacou a importância do Pronaf, programa criado no governo Fernando Henrique Cardoso e ampliado nos governos Lula e Dilma.

Voltando no tempo

É preciso que o caso seja investigado à exaustão e os responsáveis punidos de forma exemplar, pois a sociedade não mais suporta conviver com escândalos diários, confirmando a tese de que o Brasil é o paraíso da impunidade. A estratégia de usar programas oficiais para o desvio de dinheiro é uma velha conhecida daqueles que acompanham o cotidiano da política nacional.

Não custa lembrar a CPI da ONGS, criada no Senado Federal por sugestão do então senador Heráclito Fortes (DEM-PI), mas a investigação não foi adiante porque o relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) cumpriu ordens expressas do Palácio do Planalto e produziu um relatório tão pífio que, considerado o peso das folhas de papel, serviu apenas para escorar a porta.

Os petistas palacianos, mais especificamente Lula, temiam que os criminosos repasses financeiros do governo às ONGs, muitas delas controladas por membros do partido, fossem descobertos. O vaso do Pronaf é mais um desses esquemas envolvendo bandoleiros ligados aos atuais donos do poder. (Com informações da Agência Senado)

apoio_04