Acusado de sumir com R$ 30 milhões destinados ao PMDB, Edison Lobão ainda não falou sobre o Petrolão

edison_lobao_13Boca fechada – Desde que embarcou para a Austrália, onde participou da cúpula do G20, a presidente Dilma Rousseff foi constantemente informada sobre a decisão de muitos dos 39 ministros de colocarem os respectivos cargos à disposição. Essa onda de desprendimento resultou de uma ação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que agiu a mando da própria presidente da República. Dilma aproveitou sua ausência para pressionar os assessores, como forma de ter mais liberdade de escolher a próxima equipe ministerial. Mentira das grandes, pois o que a presidente quis com essa atitude foi mostrar ao antecessor, Luiz Inácio da Silva, quem manda no governo.

Os ministros têm colocado os cargos à disposição de forma escalonada, mas no meio dessa barafunda oficial chama a atenção o sumiço de Edison Lobão, ainda ministro de Minas e Energia, que desapareceu da cena política antes o primeiro turno das eleições. Senador do PMDB maranhense, Lobão foi jogado no olho de um escândalo sem precedentes, envolvendo dinheiro grosso e ilegal.

Um alto executivo de empreiteira, que está encalacrada na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, destinou ao PMDB a bagatela de R$ 30 milhões para ajudar nas principais campanhas eleitorais da legenda, sendo que o dinheiro teria sido entregue ao ministro Lobão. Por questão de segurança e para manter boas relações com a cúpula do partido, o doador da dinheirama decidiu telefonar para alguns dos destinatários com o intuito de saber se tinham recebido a parte que lhes cabia.

Como sabem os leitores do UCHO.INFO, o dinheiro sumiu e, segundo informações de bastidores, teria sido despejado na conta de campanha de Edison Lobão Filho, suplente de senador e derrotado na disputa pelo Palácio dos Leões, sede do Executivo maranhense. Os parlamentares que se sentiram lesados foram reclamar para o também senador José Sarney (PMDB-AP), que para a sorte do Brasil deixa o Parlamento ao final de janeiro do próximo ano.

Como se nada tivesse acontecido e sem dar explicações públicas sobre o que pode ser mais um escândalo na esteira do Petrolão, o ministro de Minas e Energia adotou um silêncio obsequioso. Não se tem notícia de que o imbróglio tenha sido solucionado nos bastidores da cúpula peemedebista, mas é certo que no vácuo da Operação Juízo Final – sétima fase da Lava-Jato – que mandou para a cadeia alguns dos principais executivos das grandes empreiteiras do País, o assunto há de ressuscitar.

Palco do maior escândalo de corrupção da história nacional, a Petrobras está no guarda-chuva do Ministério de Minas e Energia, sem que Edison Lobão, que não sabe a diferença entre gasolina e etanol, tenha voz ativa na empresa loteada a mando do Palácio do Planalto. Com medo de ser arrastado para o olho do furacão, Lobão covardemente desapareceu. Não se dignou até agora, depois da grave acusação, a fazer qualquer comentário sobre o Petrolão. Possivelmente porque sabe que em algum momento poderá ser flagrado com a mão na cumbuca.

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