CPMI da Petrobras terá acareação entre Costa e Cerveró; tesoureiro do PT está encalacrado

pauloroberto_costa_11Hora da verdade – Membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovaram na terça-feira (18) requerimentos de convocação e de quebra de sigilos de envolvidos na Operação Lava-Jato e com denúncias de corrupção na estatal. Entre os requerimentos aprovados está a nova convocação de Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, ex-diretores da Petrobras, para uma acareação. Ambos já depuseram na CPMI, mas seus depoimentos tiveram várias contradições, as quais deputados e senadores pretendem esclarecer.

Também foi aprovada a convocação de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, apontado nas investigações da Polícia Federal como a pessoa responsável por receber propina de empreiteiras e repassar ao Partido dos Trabalhadores. Duque foi preso na Operação Juízo final, sétima fase da Operação Lava-Jato, na última sexta-feira (14). Foram aprovadas ainda as convocações do ex-presidente da Transpetro, José Sérgio Machado, e do ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer, além da quebra dos sigilos fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Os parlamentares de oposição querem ouvir Vaccari porque ele foi citado nos depoimentos de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, na esteira de acordo de delação premiada. Os governistas foram contra a convocação do tesoureiro petista, sob a alegação de que o mesmo ainda foi acusado formalmente pelos crimes apontados na Lava-Jato e propuseram a convocação de todos os tesoureiros de partidos que receberam doações de campanha das empreiteiras citadas nas investigações. Entre os que têm representação no Congresso Nacional, só o PSOL não recebeu doações dessas empresas.

Inicialmente, os trabalhos da CPMI devem ser encerrados no próximo dia 23, mas a oposição busca de assinaturas para aprovar a prorrogação da investigação parlamentar por mais um mês. O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que as quebras de sigilo serão feitas imediatamente e que definirá com os líderes partidários a ordem para os depoimentos dos que tiveram a convocação aprovada. Na opinião do senador paraibano, os que estiverem presos, caso de Renato Duque e Paulo Roberto Costa, os depoimentos devem ter preferência porque a prisões tiveram motivos graves.

Apesar dos planos, Vital do Rêgo voltou a cobrar as assinaturas para garantir a prorrogação da CPMI. “Estou há mais de dois meses tentando a prorrogação até o dia 20 de dezembro. Estamos com quase 70 assinaturas a colher ainda da Câmara dos Deputados, já colhemos todas as do Senado e eu espero que a gente possa prorrogar na forma regimental”, disse Vital.

Líder do PPS na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (PR) garantiu que a oposição conseguirá as assinaturas em breve e disse que dará tempo de ouvir as pessoas convocadas. “Claro que nós vamos conseguir, nós vamos trabalhar entre hoje e amanhã no plenário da Câmara para conseguir as assinaturas de cerca de 60, 70 deputados que faltam assinar. E vamos conseguir para prorrogar por mais 30 dias”, disse.

Além disso, segundo Bueno, uma nova CPI deve ser proposta pela oposição no início da próxima legislatura, a partir de fevereiro do ano que vem. Quando for instalada, os membros deverão requerer o compartilhamento das informações da comissão atual.

É importante lembrar que receber doações lícitas de empreiteiras não configura crime, desde que a operação não decorra de esquemas de corrupção. No “Petrolão” o dinheiro usado para abastecer os cofres dos partidos tinha origem criminosa, mais precisamente no superfaturamento de contratos firmados entre as empreiteiras e a Petrobras. De tal modo, a tentativa da base governista de convocar os tesoureiros de todos os partidos que receberam doações das empreiteiras é sinal de desespero político, além de manobra do palácio do Planalto para tumultuar a CPMI. (Do UCHO.INFO com informações da ABr)

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