Crise econômica crescente e mau humor de Dilma dificultam escolha do próximo ministro da Fazenda

dilma_rousseff_475Xis da questão – Dilma Rousseff tentou, sem sucesso, mudar a pauta política do País, tirando a atenção da opinião pública dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, que desde a prisão dos executivos de empreiteiras, na última sexta-feira (14), vem dominando o noticiário nacional. A presidente reeleita tinha programado para anunciar nesta quinta-feira (20), feriado do Dia da Consciência Negra, o nome do próximo ministro da Fazenda, mas acabou desistindo por causa do falecimento do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos.

Mas não foi apenas essa a razão para o adiamento. Dilma vem tentando encontrar alguém para assumir, em tese o comando da economia, mas dos números sugeridos pelo antecessor, o lobista Lula, a presidente recusou um e não conseguiu convencer o outro. Ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles foi o primeiro indicado por Lula, mas Dilma descartou de chofre. Outro indicado foi o atual presidente-executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, que na primeira incursão da petista recusou o convite, mas continuou sendo assediado.

Convencida de que Trabuco, como é conhecido o executivo no mercado financeiro, é a pessoa adequada para comandar a economia nacional, Dilma chegou a conversar com o economista Lázaro de Mello Brandão, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, que não se convenceu de que abrir mão de seu futuro sucessor seria um bom negócio.

A ida de Trabuco para o Ministério da Fazenda dependeria apenas da sua vontade, mas ele preferiu continuar sua trajetória no Bradesco, em vez de se submeter às ordens descabidas de Dilma Rousseff, uma economista incompetente, truculenta e autoritária. O atual titular da pasta, Guido Mantega, que foi demitido antecipadamente durante a corrida presidencial, foi uma espécie de fantoche de luxo nos últimos quatro anos, período em que cumpriu as ordens da “patroa” e não conseguiu emplacar uma só medida para reverter a crise econômica.

Ademais, o cenário econômico nacional não é motivo para atrair o interesse de eventuais interessados no cargo. Vítima de enorme lambança, patrocinada por um partido populista e especializado em escândalos de corrupção, a economia brasileira precisará de medidas impopulares para sair da crise que só faz crescer. Como a teoria do PT é empurrar o problema ate onde der, difícil será encontrar alguém para ser apenas um operador das determinações palacianas. Sem contar que o salário de presidente-executivo do Bradesco é muito maior e melhor do que o de ministro da Fazenda, mesmo que desmedida seja a vaidade do convidado.

Sem ter como desatar o nó que se formou na sucessão de Guido Mantega, a presidente da República está buscando uma solução que, segundo consta, seria de agrado do mercado financeiro. Uma das hipóteses é colocar no cargo o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que desde sua chegada ao posto não conseguiu cumprir sua principal missão: levar a inflação oficial para o centro da meta (4,5% ao ano). Confirmada a ida de Tombini para a Fazenda, o comando do Banco Central poderia ser entregue a Joaquim Levy, que atualmente está no grupo Bradesco e foi secretário do Tesouro Nacional. Acontece que Levy teve, no passado, alguns entreveros com Dilma.

A ideia inicial da presidente da República era manter Tombini na presidência do Banco Central, mas pela falta de opções pode abrir mão de uma estratégia que nos últimos anos lhe deu a possibilidade de interferir perniciosamente nos rumos da economia, começando pela definição da taxa básica de juro, a Selic. Opção do tipo “carta na manga” para ocupar a cadeira de Mantega é Nelson Barbosa, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda e até recentemente estava cotado para substituir Mirian Belchior no Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão.

Em suma, Dilma Rousseff provocou um desastre na economia brasileira e agora está com dificuldade para encontrar alguém que conserte o estrago, não sem antes estar disposto a conviver com seu conhecido péssimo humor.

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