Lava-Jato: Gleisi Hoffmann e Requião receberam R$ 2,3 milhões de empreiteiras do Petrolão

gleisi_hoffmann_70Olho do furacão – A senadora Gleisi Hoffmann (PT) poderá, em breve, ter companhia na “via crúcis” que vem percorrendo nos últimos dias. A petista tem batido à porta de muitos gabinetes do Senado Federal, governistas e oposicionistas, com súplicas para não ser convocada a depor na CPMI da Petrobras. Seu eventual companheiro de jornada é o senador Roberto Requião (PMDB), que nas eleições deste ano disputou com Gleisi o governo do Paraná. Ambos foram derrotados, no primeiro turno, pelo tucano Beto Richa, um incompetente conhecido.

Levantamento divulgado nesta quinta-feira (20) pelo jornal “Gazeta do Povo” revela que Gleisi e Requião receberam, juntos, R$ 2,3 milhões das empresas Galvão Engenharia, OAS, Queiroz Galvão e UTC – todas investigadas pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que interrompeu o movimento da ciranda de corrupção que girava em algumas diretorias da Petrobras.

As doações teriam sido feitas legalmente, de acordo com a legislação, e declaradas à Justiça Eleitoral. O problema são as doações classificadas informalmente como ‘por fora’, o famoso caixa 2, que beneficiaram Gleisi, segundo denúncia do doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Abastecimento da estatal. E acordo com as denúncias dos delatores da Lava-Jato, Gleisi teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro vivo, em quatro parcelas. O pagamento teria ocorrido em um shopping em Curitiba.

Oficialmente, a Queiroz Galvão doou, por meio da direção nacional do PT, R$ 475 mil a Gleisi. A petista recebeu ainda verbas da UTC (também por intermédio do partido) e doação direta da Galvão. No total, essas empresas repassaram R$ 1,84 milhão para a campanha da candidata. A campanha de Requião recebeu verba de apenas uma das empresas investigadas. O grupo OAS repassou R$ 500 mil ao peemedebista paranaense, por meio de doações feitas para a campanha de Michel Temer, vice-presidente eleito.

Embora cultive a imagem de moralista e incorruptível, o senador Roberto Requião com frequência se vê envolvido em episódios quase inexplicáveis. No período em que governou o Paraná (2003-2010), Requião assistiu com certa regularidade a eclosão de escândalos de corrupção, muitos envolvendo pessoas próximas e supostamente de confiança. Um dos mais notórios imbróglios envolveu o irmão do agora senador, Eduardo Requião, conhecido como “Vovó Naná”, colocado para comandar os portos do Paraná.

O Porto de Paranaguá acabou na mira da Operação Dallas, da Polícia Federal, e Eduardo Requião foi apanhado em episódios comprometedores. Entre os quais, o hábito de estocar em casa, no fundo do guarda-roupa, grandes quantidades de dinheiro, em especial dólares.

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