André Vargas, coordenador da campanha de Gleisi, pode ser preso na próxima fase da Lava-Jato

gleisi_hoffmann_48Inferno astral – Mais um vexame ronda a senadora petista Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff. Seu coordenador de campanha, ex-vice-presidente da Câmara, o ainda deputado André Luís Vargas Ilário, pode ser preso na nova fase da Operação Lava-Jato.

A operação da Polícia Federal, que investiga a roubalheira na Petrobras e já mandou para a cadeia lobistas, executivos e diretores da estatal, presidentes de grandes empreiteiras, a partir de agora volta-se para políticos sem mandato. As prisões devem começar no final de janeiro, quando alguns dos citados nas delações premiadas ficarão sem mandato e perderão o chamado foro privilegiado por prerrogativa de função.

Um dos alvos mais vistosos é o ainda deputado federal André Vargas (ex-PT), coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, que nas passadas eleições não se candidatou por estar sem partido e vem lutando desesperadamente para manter o mandato. A esperança de Vargas era que o escândalo da Petrobras arrefecesse até fevereiro do próximo ano, quando ficará sem mandato. Essa esperança está se desmontando com o avanço das investigações, já que o escândalo de corrupção, que eclodiu em março passado, está nos seus primeiros capítulos e com o passar do tempo só aumenta e complica a vida dos envolvidos.

São pelo menos 70 parlamentares, entre senadores e deputados, além de governadores, envolvidos até agora pelo doleiro Alberto Youssef e por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da petroleira. Pelos relatórios da PF, Vargas é o deputado com maiores evidências de envolvimento com Youssef, que pagou ao parlamentar e à família uma viagem de jatinho para o Nordeste. André Vargas também seria sócio oculto do doleiro em um empreendimento, o laboratório-lavanderia Labogen, criado especialmente para lesar o Ministério da Saúde.

Outro parlamentar que está na fila da degola da Câmara dos Deputados é Luiz Argôlo. Deputado federal pelo Solidariedade da Bahia, Argôlo foi flagrado pela Polícia Federal em negócios nada ortodoxos com o doleiro da Operação Lava-Jato. A defesa de Luiz Argôlo tentou provar a sua inocência, mas o Conselho de Ética preferiu punir o deputado, recomendando a cassação do mandato. O colegiado tomou como sendo verdadeiras as declarações de Meire Bonfim da Silva Pozza, contadora de Youssef, que foi recebida no Conselho de Ética como celebridade, uma espécie de tábua de salvação do País.

Outros alvos da PF são ex-deputados e parlamentares no exercício do mandato que se reelegeram este ano, a maioria deles do PP. Tais políticos visitavam Youssef com impressionante frequência em um dos seus escritórios, onde mergulharam em um oceano de surpreendentes traficâncias comandadas pelo doleiro.

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