Face lenhosa – Gleisi Hoffmann elegeu-se senadora em 2010 financiada pelo dinheiro do Petrolão, segundo denúncia dos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. A eleição serviu de trampolim para que chegasse ao comando da Casa Civil de Dilma Rousseff. No cargo, seu ato mais notável foi nomear um pedófilo, Eduardo Gaievski, para cuidar as políticas do governo federal para crianças e adolescentes. Uma espécie de raposa tomando conta do galinheiro. Depois de uma passagem pífia pelo Palácio do Planalto, onde a própria incompetência foi seu fantasma, Gleisi disputou o governo do Paraná tendo como coordenador de campanha o deputado federal André Vargas (ex-PT), a um passo de ter o mandato cassado por suspeita de associação criminosa com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Envolvida em escândalos cuja gravidade é notória, Gleisi Hoffmann deveria urgentemente para dar explicações à opinião pública, mas não é isso que acontece no reino da parlamentar que no Paraná é conhecida como a Barbie da tríplice fronteira. Bem ao estilo da organização criminosa em que milita, o PT, a senadora preferiu escrever um patético artigo na edição desta sexta-feira (5) do jornal “Folha de S. Paulo” para atacar o senador Aécio Neves (PSDB) e defender Dilma Rousseff.
A senadora lança mão de argumentos ridículos para tentar demonstrar que a eleição de Dilma Rousseff não foi um estelionato eleitoral, apesar de a “presidenta” ter feito, depois de eleita, tudo o que acusava o adversário de planejar fazer. Subiu duas vezes a taxa básica de juro para tentar frear uma inflação “controlada”, chamou um banqueiro (que segundo denunciava tiraria comida do prato dos pobres) para controlar a bagunça das contas públicas e patrocinou um atentado contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, apenas porque ao descumprir a meta de superávit primário precisava escapar da mira de um processo de impeachment.
Dos quarenta políticos beneficiados pelo dinheiro do Petrolão só foram revelados, pelos vazamentos da operação Lava Jato da Polícia Federal, os nomes de quatro alarifes com mandato. Desses, somente Gleisi Hoffmann teve revelado, nos mínimos detalhes, como levou o dinheiro da Petrobras. Sabe-se o valor (R$ 1 milhão), a forma (em dinheiro vivo), o local em que foi entregue (Shopping Total, no centro de Curitiba) e mostrada uma evidência física (uma anotação: “PB – 0,1” – ou Paulo Bernardo, marido de Gleisi, R$ 1 milhão, no código usado pela quadrilha). Esses ingredientes dão a medida da gravidade da situação que enfrenta a presidente Dilma Rousseff, pois é um claro sinal de desespero entregar sua defesa a uma senadora alvo de denúncias gravíssimas.
Que o governo do PT é uma piada de péssimo gosto todos sabem, mas não há como negar que Dilma se reelegeu na esteira do estelionato eleitoral, mesmo que Gleisi Hoffmann afirme o contrário. Fora isso, quando a presidente da República indicou Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti para a Casa Civil e a Secretaria de Relações Institucionais, respectivamente, ficou claro que o Palácio do Planalto havia se transformado em um picadeiro, no qual ainda sobram incompetência e irresponsabilidade.
Por ocasião da indicação de Gleisi e Ideli para os respectivos cargos, o então ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB-RS), antes de deixar o governo, fez ácidas críticas a ambas. Jobim, ao referir-se a Ideli, usou a expressão “muito fraquinha”, enquanto que a Gleisi dedicou “nem sequer conhecer Brasília”. Em suma, Nelson Jobim disse, em outras palavras, que era cargo demais para pouca competência. E o resultado de mais uma lambança da presidente Dilma os brasileiros de bem já conhecem.