Dilma falando em combate à corrupção é o mesmo que a dona de um bataclã criticando o lenocínio

(Dida Sampaio - Estadão)
(Dida Sampaio – Estadão)
Face lenhosa – Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, tem um considerável estoque de defeitos, até porque isso é inerente ao ser humano, mas é preciso reconhecer que a petista tem ao menos uma qualidade. Sua competência fica evidente quando o assunto é o fiel cumprimento do que determina a obtusa cartilha de Havana, que serve de pauta para nove entre dez comunistas latino-americanos. Dilma consegue encenar com precisão teatral o que a cartilha de Fidel Castro classifica como primordial: mentir de forma descarada para enganar a opinião pública e permitir o avanço do totalitarismo esquerdistas, sempre criminoso.

Durante a cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral, na noite de quinta-feira (18), Dilma Rousseff abusou do non sense ao discursar para uma plateia recheada com companheiros de legenda e integrantes da base aliada, os quais não se cansaram de bater palmas para alguém que mesclou mitomania com besteirol. Após receber o diploma de presidente eleita das mãos do ministro José Antonio Dias Toffoli, com quem não mantém as melhores relações, Dilma, que há muito andava sumida, ousou falar sobre o maior escândalo de corrupção da história brasileira: o Petrolão.

A desfaçatez presidencial foi tamanha, que o País parou para ver Dilma sugerindo a criação de um “pacto nacional contra a corrupção”, como se o PT não fosse um partido com incontestável vocação para a delinquência política, como provou a última década, com certeza a mais negra desde o descobrimento do Brasil. Falar em pacto contra a corrupção é extremamente fácil para alguém que se reelegeu no rastro do dinheiro imundo dos doadores de campanha, começando pelas nada ortodoxas empreiteiras envolvidas no Petrolão, cujos executivos passam encontram-se presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

Fingindo estar emocionada, Dilma disse que o Brasil e a Petrobras são maiores do que qualquer crise. Mentira deslavada, pois o País sucumbe diante dos efeitos colaterais da corrupção que chacoalha a nação em todos os seus quadrantes. “Temos de punir as pessoas, não destruir as empresas. Temos de punir o crime, não prejudicar o País e sua economia. Temos que fechar as portas, todas as portas, para a corrupção. Não temos que fechá-las para o crescimento, o progresso e o emprego”, disse a diplomada.

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Dilma foi além na seara do caradurismo e patrocinou um duro discurso em favor da ética e condenando a corrupção que “corrói nossas entranhas” [do País}, destacando que este “não é um defeito ou vício exclusivo de um partido ou uma instituição” ou de quem “compartilha momentaneamente do poder”.

O que se viu na noite de quinta-feira no TSE foi uma ópera bufa, acompanhada de perto, na primeira fila do plenário da Corte Eleitoral, por dois dos piores e mais corruptos presidente que o Brasil já teve: José Sarney, o caudilho maranhense, e Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira.

Considerando que, como prega o jornalista José Simão, o Brasil é “o país da piada pronta”, ver a petista Dilma Rousseff falando em combate à corrupção é o mesmo que a dona de um bataclã discursando contra o lenocínio. Como as moças que dormem à tarde sabem que tudo não passa de um discurso moralista para garantir a continuidade do negócio ilícito, que ninguém acredite no que disse a presidente Dilma, reeleita no vácuo da corrupção desenfreada.

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