Esmola oficial – Na edição desta terça-feira (30), o Diário Oficial da União trouxe o decreto presidencial que define o valor do salário mínimo, que entrará em vigor a partir de 1º de janeiro, dia em que Dilma Vana Rousseff toma posse como presidente reeleita. A petista decidiu que o piso salarial nacional será de R$ 788, o que representa aumento de 8,84%, já incluso o índice de inflação oficial.
Quando a presidente da República anunciou que o salário mínimo seria reajustado por decreto presidencial, tendo por base a inflação oficial do ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior, o UCHO.INFO afirmou que a decisão era um tiro no pé, pois o governo ficaria refém em duas situações: aumento do salário acima da expectativa, o que impactaria no valor das pensões e aposentadorias pagas pelo INSS, e reajuste pífio, o que compromete o poder de compra do cidadão e pro consequência a economia.
Considerando que mais uma vez a inflação oficial fechará o ano no teto da meta fixada pelo governo (6,5%), o aumento real do salário mínimo será de 2,34%, que traduzido em números financeiros representa R$ 16,94. O valor é suficiente para o trabalhador comprar um pastel por semana, já que a guloseima que frequenta o paladar dos brasileiros custa R$ 4 cada. No caso de um determinado trabalhador não for fã da iguaria, esse poderá devorar um pão com banana a cada dois dias.
Quando engrossava as ruidosas fileiras da oposição, o Partido dos Trabalhadores se baseava nos dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos para reforçar a gritaria contra os donos do poder de então. De acordo com o Dieese, o salário mínimo ideal para o mês de novembro deveria ser de R$ 2.923,22, ou seja, 3,7 vezes o valor proposto por Dilma Rousseff para o ano que bate à porta.
Há meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados que mostravam que dois terços da população brasileira recebem menos de dois salários mínimos por mês. Isso significa que a maioria dos trabalhadores brasileiros receberá aproximadamente, em 2015, R$ 1,4 mil a cada trinta dias. Levando-se em conta que na maior cidade do País, São Paulo, o aluguel de um quarto em qualquer cortiço não sai por menor de R$ 600 mensais, o trabalhador que acreditou em Dilma Rousseff e no PT terá de fazer malabarismo para sobreviver, se é que isso é possível com tão pouco dinheiro no bolso.
Para reverter a crise econômica que chacoalha o Brasil em todos os seus quadrantes, a equipe econômica do novo governo aposta suas fichas em corte de despesas e aumento de receita, o que só é possível através do aumento de impostos. Em suma, o consumo deve cair na esteira de uma carga tributária ainda mais criminosa. Diante desse quadro não é errado pensar que a crise dificilmente terminará em 2016, como anunciam os novos ministros da área econômica.
A grande questão em relação à política econômica do desgoverno de Dilma Rousseff, que insiste em falar sobre a valorização (sic) do salário do trabalhador, é que o novo mínimo, como sempre, representa muito para quem paga e pouco para quem recebe. Em outras palavras, há algo errado no reino da incompetente e truculenta Dilma, que para se manter no poder prefere desafiar o óbvio. O pior virá em 2016, quando o reajuste do salário mínimo estará atrelado ao crescimento da economia neste ano.