Proposta que ressuscita a CPMF é considerada “retrocesso” e recebe críticas da oposição

arthur_chioro_01Parafuso solto – Em menos de uma semana o novo governo de Dilma Vana Rousseff, a reeleita, já mostrou todas as suas garras. De ingerência no papel dos estados na segurança pública à censura da imprensa, do açoite ao direito de propriedade à recriação da malfadada CPMF, tudo foi exibido nesses parcos dias que rasgam o ano de 2015.

Ministro da Saúde, Arthur Chioro, que assumiu o cargo em 2014 ao substituir o “companheiro” Alexandre Padilha, defendeu em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” o retorno da CPMF como forma de financiar a saúde pública do País. A ideia de trazer de volta o “imposto do cheque” há muito frequenta os bastidores do PT, que não conseguiu, até então, colocar em marcha o plano impopular.

As declarações de Chioro foram suficientes para incendiar os partidos de oposição, que horas depois da publicação da entrevista acionaram a catapulta de críticas. Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) classificou como “retrocesso” a proposta de recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que já financiou a saúde pública, mas que foi extinta em 2008.

“O descontrole do governo com as contas públicas é que provoca uma situação como essa, de ministro defender a rediscussão de um novo imposto para bancar a saúde pública no país. Neste momento em que a equipe econômica acena com um duro ajuste fiscal e o governo promete cortes no orçamento, a recriação da CPMF é um completo retrocesso”, afirmou Bueno.

Na opinião do parlamentar, a proposta onerará ainda mais a sociedade e a atividade produtiva, afetada duramente após quatro anos de baixo crescimento econômico. “Nada justifica um novo imposto porque a carga tributária já está no limite do insuportável. Isso só pode ser consequência da ressaca eleitoral do governo que pelo visto não passou”, ironizou.

O líder do PPS cobra melhor gestão dos recursos da saúde por parte do governo federal para melhorar o atendimento à população. “Os recursos estão aí, o que falta é gestão, capacidade e zelo na aplicação do dinheiro público na saúde”, disse.

Para quem não se recorda, a cobrança da CPMF caiu no vácuo de um projeto de lei que teve como relatora a senadora Kátia Abreu (TO), que à época engrossava as fileiras do Democratas, mas que hoje joga no time da presidente Dilma Rousseff e comanda o Ministério da Agricultura. Não por acaso, como na política inexistem coincidências e muito menos explicações convincentes, a presidente da República será madrinha de casamento da ministra da Agricultura, que trocará alianças em 1º de fevereiro.

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