Trapalhadas do governo na economia impulsionam a crise, mas Dilma permanece escondida e calada

dilma_rousseff_463Batendo pino – Enquanto disputava a reeleição, em 2014, a presidente Dilma Vana Rousseff cometeu o desvario de afirmar que a inflação estava próxima de zero. Sabe-se que a realidade é diferente, mas a petista cumpriu ordem explícita de seu marqueteiro, João Santana, que ousou dizer que a oposição ainda não assimilou a derrota. É bom lembrar que Santana tem o direito constitucional de dizer o que pensa, mesmo que suas declarações sejam absurdas, e que no Brasil quem faz oposição é a parcela pensante sociedade, já cansada das muitas armadilhas que diariamente descem a rampa do Palácio do Planalto.

Como enganar a opinião pública é a especialidade de todos os políticos, Dilma não poderia agir de forma diferente. Fazendo exatamente tudo o que garantiu que não faria, a petista reeleita saiu de cena para não ter de explicar o inexplicável. A economia brasileira está no despenhadeiro da crise, com a população pagando caro por ter apostado em uma candidatura embusteira, mas Dilma, que adotou silêncio obsequioso, se limita a dizer que as medidas de ajuste durarão pelo menos dois anos.

Além de mitômana, Dilma Rousseff é otimista, pois não se recupera a economia de um país em tão curto espaço de tempo. A fórmula apresentada por Joaquim Levy, ministro da Fazenda, é tecnicamente perfeita, uma vez que defender o corte de despesas e o aumento de receitas é o que o governo do PT deveria ter feito, mas na prática a realidade é distinta. Isso porque não se chegará ao resultado esperado sem que a economia esteja caminhando. O pacote de maldades anunciado por Levy mostra que o consumo será comprometido sobremaneira, o que significa dizer que a economia no máximo andará de lado, quiçá não tropece no meio do caminho.

Com pouco mais de três semanas do novo governo, o mercado financeiro continua desconfiado em relação ao futuro da economia. Nesta segunda-feira (26), como faz habitualmente, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que traz as expectativas do mercado para a economia. De acordo com os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País, a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), fechará 2015 em 6,99%, contra 6,67% da previsão anterior.

O cenário torna-se ainda mais preocupante com as previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, que caiu de 0,38% para 0,13%. O que confirma a declaração de Joaquim Levy, que em Davos, na Suíça, disse que o crescimento da economia brasileira permaneceria estável neste ano. Isso significa que o caos do ano passado deve se repetir em 2015.

Com o aumento dos preços administrados (energia, combustíveis e transporte público), a tendência é de alta da inflação e queda do consumo, mas os palacianos preferem fingir que nada acontece. Até recentemente, com certa insistência, Dilma creditava os desacertos de seu governo à herança deixada por Fernando Henrique Cardoso em 2002, mas a petista precisa aceitar a ideia de que a maldição que sacode o País é culpa da incompetência de um governo paralisado e corrupto. No máximo Dilma poderia culpar seu antecessor, o agora lobista de empreiteira Lula, que arremessou os brasileiros incautos na vala do consumismo como forma de minimizar os efeitos colaterais da crise internacional (2008-2009).

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