Borracha eletrônica – No dia 28 de novembro de 2014, computadores do Senado Federal foram usados para promover uma limpeza, no melhor estilo “Lava-Jato” na biografia da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT) publicada na Wikipédia, enciclopédia virtual disponível na rede mundial de computadores. Foram “lavados” trechos da biografia que relatavam a ligação da petista com as investigações da Operação-Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em março do ano passado e que desmontou o Petrolão, o maior esquema de corrupção que se notícia em todo o planeta.
A ligação entre Gleisi e o escândalo de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras foi denunciada pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que firmou acordo de delação premiada e encontra-se em prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Costa revelou que, a pedido do marido de Gleisi, o então ministro Paulo Bernardo da Silva (à época na pasta do Planejamento), R$ 1 milhão do carrossel criminoso que rodava na petroleira foi destinado à campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. A informação foi confirmada pelo doleiro Alberto Youssef, que detalhou quando e onde o dinheiro foi entregue à senadora petista.
A faxina no perfil da senadora petista na Wikipédia foi feita a partir de um computador do Senado, portanto público, por um usuário que usa o pseudônimo “OnlyJonny”. Ele subtraiu da biografia de Gleisi o seguinte trecho: “O doleiro Alberto Youssef, envolvido no esquema investigado pela Operação Lava Jato, afirmou em delação premiada que a campanha política de Gleisi Hoffmann nas eleições de 2010 recebeu R$ 1 milhão. Paulo Roberto Costa também confirmou a acusação, dizendo que o marido de Gleisi, Paulo Bernardo, é que teria solicitado a ajuda deste valor na campanha. Gleisi e Paulo Bernardo negam as acusações.”
A constatação de quem uma “lavagem” na biografia de Gleisi foi feita pelo Brasil WikiEdits, perfil do Twitter que monitora alterações no Wikipédia feitas a partir de computadores do governo federal, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Supremo Tribunal Federal (STF), Petrobras e outras empresas estatais e órgãos públicos federais. Se comprovada a denúncia, Gleisi pode ter agregado mais um ilícito à lista de transgressões de que é acusada: o uso de equipamento público para esconder denúncias de corrupção.
A falta de personalidade de Gleisi Hoffmann é algo notório. Há meses, após divulgar na internet um vídeo gravado em seu gabinete, no qual revelava ser ativa militante da seita indiana Brahma Kumaris e que graças a essa proteção está com o corpo fechado, a gravação desapareceu.
Na gravação, tirada do ar após notícia do UCHO.INFO, Gleisi afirmava que a seita mudou “significativamente a sua vida”. Conta a senadora que com a meditação e outras práticas preceituadas pela Brahma Kumaris é capaz de desempenhar melhor sua “missão”. Nos meios políticos e policiais o tal vídeo provocou espanto, pois a situação da petista complica-se a cada dia. Graves, as denúncias feitas por Costa e Youssef podem levar a senadora a perder o mandato parlamentar.