Líder do PPS promete convocar Vaccari e Duque na CPI da Petrobras e pedir quebra de sigilos

joao_vaccari_03Ousadia oficial – O tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, e o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque, devem ser os primeiros alvos da CPI da Petrobras, criada na manhã desta quinta-feira (5) na Câmara dos Deputados. A comissão dará sequência às investigações do esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da estatal.

“Já preparamos os requerimentos de convocação e quebra de sigilos desses dois personagens que estão no centro do esquema que roubou bilhões da Petrobras. A situação deles é grave e atinge diretamente a presidente Dilma Rousseff e o financiamento de sua campanha”, anunciou o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), responsável, na CPI Mista da Petrobras, pela aprovação das quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT.

A criação da nova comissão de inquérito, requerida pela oposição, foi autorizada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), horas após a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagrarem a Operação My Way, nona fase da Operação Lava-Jato, que teve entre seus alvos o petista Vaccari Neto. Com objetivo de colher novas provas, os agentes federais promoveram busca e apreensão na casa do tesoureiro do PT, conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Dois empresários já foram presos.

De acordo com o comando da força-tarefa, as investigações identificaram onze novos operadores que atuavam na diretoria de serviços e também descobriram um esquema criminoso envolvendo a BR Distribuidora e uma empresa de Santa Catarina, fabricante de tanques para combustíveis e caminhões-tanques.

O líder do PPS lembrou que a nova CPI terá a oportunidade de esclarecer pontos obscuros deixados pela última comissão, em especial no que se refere à participação de Vaccari, Duque e de outros agentes públicos e políticos nos desvios de dinheiro e recebimento de propinas.

“Na CPI Mista lutamos o tempo todo contra a forte blindagem do governo e, principalmente, sofremos com a maioria absoluta que eles tinham entre os membros do Senado. No caso do tesoureiro do PT, por exemplo, conseguimos no final dos trabalhos aprovar as quebras de sigilo. No entanto, muitas informações ainda não tinham chegado até o dia do encerramento da CPI. Por isso a necessidade de requisitar o que foi entregue ao Congresso após o dia 17 de dezembro e também promover uma nova quebra”, explicou Rubens Bueno.

O parlamentar lembra também que o fato, divulgado pelo comando da Operação Lava-Jato, de o esquema criminoso ter funcionado até o final do ano passado reforça a importância da CPI. “É impressionante a confiança da quadrilha na impunidade. Mesmo após as prisões de ex-diretores da Petrobras e de executivos de empreiteiras eles continuaram atuando. Temos agora a missão de contribuir com a Polícia Federal e o Ministério Público no que for possível e, principalmente, colher provas da participação de agentes políticos para municiar futuros processos de cassação de mandato”, finalizou Rubens Bueno.

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