Contrariando o ufanismo palaciano, balança comercial acumula déficit de US$ 1,78 bilhão em fevereiro

balanca_comercial_03Conta que não fecha – Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, e sua equipe econômica insistem em mostrar ao planeta um cenário econômico que está distante da realidade brasileira. Enquanto o País é chacoalhado por uma crise econômica preocupante, o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, afirma que o mundo está mudando e que o Brasil também precisa mudar. Entre o discurso e a verdade dos fatos há uma enorme distância, sendo que a conta de algo diferente do que foi alardeado pela presidente-candidata, em 2014, será paga pela população. E os números da economia radiografam com precisão o caos.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil importou US$ 1,779 bilhão a mais do que exportou nas três primeiras semanas de fevereiro. Somente na segunda e na terceira semanas do mês, o País comprou US$ 1,754 bilhão a mais do que vendeu para o exterior.

A estatística da segunda semana de fevereiro ainda não tinha sido divulgada por causa do período do reinado de Momo. Com o desempenho nas últimas duas semanas, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – acumula déficit de US$ 4,953 bilhões. Apesar de continuar no vermelho, o saldo é 26,7% menor que o resultado negativo de US$ 6,755 bilhões registrado em 2014 até a terceira semana de fevereiro.

O déficit da balança comercial em 2015 está menor porque as importações estão caindo mais que as exportações. No acumulado do ano, as importações somam US$ 27,665 bilhões, com queda de 10,1% pela média diária. As exportações totalizam US$ 22,712 bilhões, retração de 8,1% também pela média diária.

O cenário é resultado de uma considerável retração no consumo, já que os cidadãos passaram a comprar menos e a substituir marcas e produtos. Isso significa que a economia brasileira pode ingressar em período ainda mais crítico, pois mesmo com a queda no consumo a inflação continua resistente. Ademais, as importações recuaram também por causa da valorização do dólar frente ao real. Tal situação compromete os planos do governo de combater a inflação oficial, que de acordo com o mercado financeiro deve encerrar o ano de 2015 em 7,33%, acima do teto (6,5%) do plano de metas fixado pelo governo federal.

A queda das exportações afeta todas as categorias de mercadorias. Os produtos básicos acumulam retração de 19,4% em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. A queda foi puxada por soja em grão, minério de ferro e carne bovina e suína. As vendas de semimanufaturados têm recuo de 1,3%, por causa principalmente de açúcar bruto, semimanufaturados de ferro e de aço e ferro-liga. As exportações de manufaturados caíram 8,1%, com destaque para polímeros plásticos, máquinas de terraplanagem, motores e geradores.

Em relação às importações, as maiores reduções nas três primeiras semanas do mês em relação a fevereiro do ano passado ocorrem com produtos farmacêuticos (-24,8%), borracha para obras (-18,4%), veículos automóveis e partes (-16,9%) e instrumentos de ótica e de precisão (-16,6%). (Com ABr)

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