Petrolão: ex-ministro Paulo Bernardo da Silva deporá em defesa do chefe do “Clube do Bilhão”

paulo_bernardo_15Soltando o verbo – Cada vez mais próxima, e complicada, a relação do casal Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo da Silva (ex-ministro do Planejamento e das Comunicações) com o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, desvendado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Gleisi já foi acusada de receber, em 2010, R$ 1 milhão do esquema criminoso que funcionava em algumas diretorias da Petrobras. O dinheiro teria sido pago a pedido de Paulo Bernardo, à época ministro do Planejamento do governo Lula.

Paulo Bernardo deve depor à Justiça Federal, à Justiça Federal, na condição de testemunha de defesa do diretor-presidente da UTC, Ricardo Pessoa. O empresário, acusado de ser líder do “clube” de empreiteiras que fraudava licitações na Petrobras, está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, desde 14 de novembro passado, quando foi deflagrada a Operação Juízo Final, sétima etapa da Lava-Jato.

Na condição de ministro do Planejamento (2005-2010), Paulo Bernardo foi figura chave na autorização de obras que estão sendo investigadas pela Operação Lava-Jato. Entre as quais, os desastres que produziram superfaturamentos gigantescos, como a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Como ministro, Bernardo tinha várias incumbências, como planejar os custos, analisar a viabilidade de projetos e liberar fundos para os projetos do governo do PT. Sua convocação para testemunhar a favor do chefão do esquema da Petrobras provoca calafrios no governo.

Na condição de chefão do cartel de empreiteiras que operava com a Petrobras, Ricardo Pessoa é hoje o mais perigoso homem-bomba da República. Algumas revelações que fez para a revista “Veja”, publicadas na mais recente edição, dão ideia de seu potencial explosivo, como é possível conferir nos trechos da matéria:

“Pessoa já adiantou que carreou R$ 30 milhões para a campanha de Dilma Rousseff em 2014. Tudo dinheiro originário de contratos superfaturados com a Petrobras.”

“Informou que a corrupção em grande escala da Petrobras começou em 2003, logo após a posse de Lula, quando as empreiteiras foram contatadas por emissários do governo que expuseram as novas regras em que todos sairiam ganhando.”

“Que o controvertido encontro entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com advogados de empreiteiros presos pela Lava Jato, foi realizado por iniciativa do ministro e que o principal objetivo do encontro era evitar que Ricardo Pessoa fizesse a delação premiada.”

Ao assumir a condição de testemunha de defesa do homem-bomba em que se transformou Ricardo pessoa, o chefe do cartel, Paulo Bernardo coloca um pé no centro do “tiroteio” que emerge da Operação Lava-Jato.

É importante lembrar que Paulo Bernardo, assim como a senadora Gleisi, foi abandonado pelo atual governo da “companheira” Dilma Rousseff, o que pode levar o ex-ministro a mandar recados durante seu depoimento à Justiça Federal. A essa altura dos acontecimentos, Paulo Bernardo, que ficou sem cargo no novo governo petista, nada mais tem a perder. Até porque, há quem garanta que a cassação do mandato de Gleisi Hoffmann é uma questão de tempo.

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