Apagão econômico – Quando o UCHO.INFO afirma que para sacar Dilma Rousseff do poder não é necessário um processo de impeachment, pois basta pressão popular contínua no rastro da crise econômica que chacoalha o País, os mais afoitos creem que estamos a defender a permanência da petista.
A situação da economia nacional é tão crítica e desprovida de solução no curto prazo, que parcela da população que se deixou levar pela teria esdrúxula de que o Brasil é uma versão moderna e tropical do País de Alice, aquele das maravilhas, está prestes a engrossar o coro fora Dilma. Isso porque o binômio macabro “fim do salário, continuidade do mês” atinge cada vez mais camadas sociais.
Repetindo as previsões das últimas semanas, o mercado financeiro estima recuo de 0,58% do Produto Interno Bruto deste ano, de acordo com dados do Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (2).
Se confirmada a aposta dos economistas das cem maiores instituições financeiras do País, consultados pelo BC, será a maior contração econômica anual desde 1990, quando a retração alcançou a incrível marca de 4,35%.
Na previsão da semana anterior, os economistas sinalizaram com retração de 0,50% para a economia brasileira, em 2015. Agora, com as apostas em 0,58%, trata-se da nona projeção negativa seguida para a economia verde-loura. O que mostra que Dilma Rousseff conseguiu colocar o Brasil à beira do despenhadeiro da crise, ao mesmo tempo em que Joaquim Levy, ministro da Fazenda, não consegue convencer o mercado financeiro sobre eventual melhor do cenário.
No tocante a 2014, os especialistas do mercado mantiveram a estimativa anterior, de crescimento econômico zero. Em relação ao próximo ano, 2016, os economistas também repetiram a aposta da semana anterior, com avanço de 1,5% do PIB.
Com base nas projeções, os profissionais do mercado financeiro mostram que um quadro de recessão no fim de 2014 e no início de 2015 não deve ser descartado. Entenda-se por recessão técnica a contração do PIB em dois trimestres consecutivos.
Inflação à solta
Para piorar o que já é ruim, os economistas preveem nova alta da taxa básica de juro, a Selic. A previsão dos bancos é de que a Selic pule de 12,25% para 12,75% ao ano.
Para o final de 2015, que começou debaixo da crise e do descrédito, a previsão para a taxa básica de juro subiu de 12,75% para 13% ao ano.
Com esses dados é possível afirmar que a inflação oficial, medida pelo Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), não cederá tão cedo. Tanto é assim, que os especialistas revisaram para cima a expectativa de inflação para o corrente ano, que saltou para 7,47%, contra 7,33% da previsão anterior.
Balança comercial em baixa
No embalo da teoria popular que garante durar pouco a alegria de pobre, a balança comercial brasileira encerrou o mês de fevereiro como o maior déficit para o mês desde 1980, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgados nesta segunda-feira.
No mês, o Brasil exportou o equivalente a US$ 12,092 bilhões, ao mesmo tempo em que importou US$ 14,934 bilhões. De tal modo, o saldo negativo mensal foi de US$ 2,842 bilhões no segundo mês do ano.
O resultado ficou levemente acima do teto das expectativas do mercado financeiro, que apontavam para um déficit comercial entre US$ 1,5 bilhão a US$ 2,8 bilhões. No acumulado do ano, o déficit está em US$ 6,016 bilhões. As exportações somaram US$ 25,796 bilhões em janeiro e fevereiro; as importações, US$ 31,812 bilhões.