Todos iguais – Como já antecipou o UCHO.INFO e de acordo com informações sigilosas da Procuradoria-Geral da República (PGR), os senadores Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Romero Jucá (PMDB-RR), Ciro Nogueira (PP-PI), Edison Lobão (PMDB-MA) e Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal,estão na temida lista de pedidos de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). São oito dos 81 senadores na ativa, ou seja, 10% dos parlamentares que, em função do cargo, deveriam dar exemplo ao País, mas insistem em gravitar na órbita de escândalos
A lista foi enviada ao STF na última terça-feira (3) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que fez algumas recomendações, dentre elas a de que o sigilo dos processos seja derrubado. Em determinados casos a situação é tão evidente, que alguns senadores já contrataram advogados, pois sabem que dificilmente escaparão da guilhotina da Justiça.
Presidente nacional do Partido Progressista, Ciro Nogueira, por exemplo, declarou que se for comprovada sua participação no “Petrolão” renunciará ao mandato. Já o petista Lindbergh Farias declarou que será preciso diferenciar o valor advindo da corrupção e o que foi doação legal de campanha. Lindbergh vive em uma democracia e por isso tem o sacro direito de manifestar livremente seu pensamento, mas o melhor que o senador fluminense poderia fazer no momento é manter-se em silêncio.
Ao longo dos depoimentos de alguns dos delatores da Operação Lava-Jato ficou claro que muitas doações, supostamente lícitas, foram feitas com dinheiro advindo do carrossel de corrupção que durante uma década rodou de forma ininterrupta na Petrobras. O ar de legalidade de algumas doações de campanha foi uma exigência de tesoureiros de partidos, como é o caso de João Vaccari Neto, responsável pelas finanças do Partido dos Trabalhadores. Em suma, Lindbergh Farias corre o sério risco de ser desmascarado, algo que já aconteceu durante sua passagem pela prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Pezão e Tião Viana
Tendo o nome citado, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), nega qualquer participação no esquema de corrupção da Petrobras. Apesar disso, a Procuradoria-Geral da República afirmou que pedirá abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra ele, pois há provas suficientes para embasar o requerimento de investigações.
Na mesma situação está envolvido o governador do Acre, Tião Viana (PT). Muito estranhamente, o governador acreano, ao lado do irmão, senador Jorge Viana, comanda a política no estado nortista, uma espécie de coronelismo de esquerda que vive à sombra de uma dança de cadeiras entre ambos. De igual modo, Tião e Jorge sempre defenderam com fervor a suposta probidade do Partido dos Trabalhadores e os governos da legenda. Mas o tempo, senhor da razão, surgiu em cena para provar o contrário. (Por Danielle Cabral Távora)