Dilma e Lula se desentendem sobre reforma ministerial; governo do PT sangra e Mercadante balança

dilma_rousseff_492Queda de braços – Piorou sobremaneira nas últimas horas a relação entre a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, o agora lobista Lula. Cada vez mais interferindo no cotidiano do governo da sua pupila, o ex-metalúrgico tenta reverter a grave crise político-institucional com uma operação de risco, de acordo com informações apuradas pelo UCHO.INFO. Lula defende não apenas a substituição de alguns integrantes do staff presidencial, mas a retomada de alguns ministérios considerados estratégicos.

A ideia do ex-presidente é, além de despejar Aloizio Mercadante do comando da Casa Civil, retomar os ministérios da Educação, das Cidades e da Integração Nacional. Ou seja, Lula quer criar uma linha de confronto com Cid Gomes, Gilberto Kassab e Gilberto Occhi.

Na verdade, o problema maior nesse tripé que o ex-presidente da República quer enfrentar é Kassab, presidente nacional do PSD, legenda que até recentemente estava sendo flertada pelo Palácio do Planalto para, ressuscitando o Partido Liberal, criar um partido para fazer sombra ao PMDB. Cargo.

Dilma concorda e tirar Mercadante da coordenação política do governo, mas quer mantê-lo no cargo. Até porque, uma demissão a essa altura dos acontecimentos, com dois meses e meio do novo governo, seria uma catástrofe para Aloizio Mercadante, que, vale destacar, não é uma ode à competência.

Lula, por sua vez, insiste em defenestrar Mercadante, com quem há muito não mantém boas relações. Para quem não se recorda, Aloizio Mercadante, então líder do PT no Senado Federal, renunciou ao posto em caráter irrevogável por conta do apoio do partido ao então senador José Sarney no escândalo doa “Atos Secretos”. Passados alguns dias, após enfrentar uma carraspana no Palácio da Alvorada, Mercadante retornou à tribuna do Senado para revogar o irrevogável.

Nessa queda de braços entre Dilma e Lula o papel de apaziguador é o vice-presidente Michel Temer (PMDB), com quem ambos mantêm bom relacionamento. O resultado das manifestações marcadas para o próximo domingo (15) interferirá automaticamente no clima do Palácio do Planalto e nas decisões a serem tomadas no âmbito da tão comentada e cobrada reforma ministerial.

No caso de essa dança de cadeiras acabar acontecendo, Michel Temer recobra sua força política e deixa de ser refém dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros e Eduardo Cunha, respectivamente. Em suma, o futuro do Brasil está nas mãos da parcela de bem dos brasileiros, que precisam cobrar o fim da baderna em que se transformou o País.

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