Petrolão: governo do PT teme possibilidade de delação de Renato Duque e Fernando Baiano

fernando_baiano_01Calmante na cabeceira – Enquanto o governo se esforça para ludibriar a opinião pública com o pacote de medidas contra a corrupção, que será enviado ao Congresso Nacional na quarta-feira (18), no Palácio do Planalto o clima continua tenso por conta da prisão de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras.

Indicado ao cargo pelo Partido dos Trabalhadores, Duque será ouvido, na próxima quinta-feira (20) na CPI criada para investigar casos de corrupção na estatal. A preocupação palaciana se explica pela possibilidade de o ex-dirigente da petrolífera acabar vencido pela pressão psicológica da prisão e aderir à onda de delações premiadas no âmbito da Operação Lava-Jato.

Caso decida contar o que sabe acerca do Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos, Duque poderá colocar a República abaixo. Essa é a avaliação de frequentadores das coxias do poder e que conhecem as entranhas do caso, que envolve políticos de destaque.

O temor que se esparrama pelo Palácio do Planalto cresceu nos últimos dias depois que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e operador do PMDB no Petrolão, começou a ceder à pressão da família para firmar acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato.

Conhecedor de muitos detalhes do esquema criminoso que derreteu os cofres da Petrobras ao longo da última década, Baiano, se aderir à delação premiada, causará um enorme estrago no cenário político nacional, com foco no PMDB, podendo atingir alguns caciques do partido que é acusado de envolvimento no imbróglio, de acordo com depoimentos dos dois principais delatores da Lava-Jato, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef.

É importante destacar que nesse intrincado enxadrismo do crime, o PMDB abraçou o apadrinhamento de Paulo Roberto depois da morte de José Janene, ex-deputado federal e mentor do esquema que culminou na Operação Lava-Jato. Diante do anúncio da morte de Janene, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), atual presidente do Congresso, imediatamente colocou Costa debaixo de seu guarda-chuva político, o que vem tirando o sono de muitos próceres da legenda.

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