Patíbulo econômico – Enquanto a presidente Dilma Vana Rousseff tenta, sem sucesso, debelar a crise político-institucional que derrete o governo, a economia continua ladeira abaixo, com sinais de que ao final da queda o resultado por certo será devastador. Sem apoio no Congresso Nacional para aprovar o pacote de ajuste fiscal, que já é alvo de ameaças inclusive dos aliados, Dilma vê o índice de desemprego subir no País, o que contraria as promessas de campanha da petista.
A situação torna-se ainda pior porque a própria presidente aceitou a ideia apresentada pela equipe econômica de enxugar alguns direitos dos trabalhadores, apesar da balbuciada expressão “nem que a vaca tussa”.
Apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,9% em fevereiro de 2015, a mais alta para o mês desde 2011, quando o resultado foi de 6,4%. Os dados da Pesquisa Mensal de Emprego foram divulgados nesta quinta-feira (26).
No período de um ano, os setores de construção e indústria extinguiram, de forma conjunta, mais de 360 mil postos de trabalho. A construção civil eliminou fechou 105 mil vagas desde fevereiro do ano passado; ao passo que a indústria cortou 259 mil.
Para piorar o que há muito é ruim, o contingente de pessoas desocupadas registrou aumentou de 10,2% na passagem de janeiro para fevereiro, o que equivale a 131 mil pessoas a mais na fila do desemprego. Na comparação com fevereiro de 2014, o total de desempregados subiu 14,1%, ou seja, 176 mil pessoas a mais à procura de uma vaga.
No contraponto, a população ocupada recuou 1,0% em fevereiro na comparação com janeiro, com 229 mil empregos eliminados. Em relação a fevereiro de 2014, o recuo na ocupação foi de 0,9%, o mesmo que 201 mil postos de trabalho extintos.
No tocante à chamada população inativa, o IBGE detectou crescimento de 0,4% em fevereiro, na comparação com janeiro: 84 mil pessoas deixaram o mercado de trabalho no período. Em relação a fevereiro de 2014, a inatividade subiu 2,3%, com 443 mil pessoas a mais nessa seara.
O rendimento médio real dos trabalhadores em fevereiro deste ano foi de R$ 2.163,20, contra R$ 2.194,22 em janeiro. Em fevereiro do ano passado, a renda média também era maior, R$ 2.174,35.
É importante destacar que a renda média está longe de representar a realidade salarial do País, onde uma minoria ganha muito, enquanto a extensa maioria recebe mensalmente menos do que dois salários mínimos. Considerando que o mínimo atual é de R$ 788, enquanto o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fixa como salário ideal, para o mês de fevereiro, o valor de R$ 3.182,81. Isso significa que a média salarial está abaixo do ideal, ao passo que dois terços da população recebem pouco mais de um terço desse valor.
Diante desse quadro de crise, agravado pelo avanço temeroso da inflação oficial, é impossível imaginar que a economia brasileira retomará o rumo do crescimento em curto espaço de tempo. Isso porque essa reviravolta depende diretamente da aceleração do consumo interno, o que nem de longe há de acontecer com a população ganhando cada vez menos e com grau de endividamento preocupante.
Nos últimos quatro anos o UCHO.INFO afirmou, sem medo de errar, que a conta da economia sob a batuta de Dilma Rousseff em algum momento não fecharia, mas os aduladores do desgoverno petista preferiram nos acusar de golpistas e de torcer pelo “quanto pior, melhor”. Não se trata de profecia do apocalipse ou de bola de cristal, mas de raciocínio lógico diante de uma realidade que se apresenta de maneira torpe.