Marcha à ré – Dona de temperamento explosivo e intransigente no trato, Dilma Vana Rousseff está cada vez mais refém de uma crise político-institucional sem precedentes. Depois de ouvir explicações sobre critica e polêmica declaração de Joaquim Levy, que afirmou, durante palestra proferida na última semana, que “há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes, não da maneira mais fácil”. Dilma decidiu maneirar em relação ao ministro da Fazenda.
Nesta segunda-feira (30, em Capanema (AP), a presidente afirmou que Levy foi mal interpretado sobre declaração feita na fatídica palestra a ex-alunos da Universidade de Chicago. “Não tenho o que falar sobre Levy. O que o Levy falou está dentro de um contexto. Se você pegar fora do contexto, vai entender distorcido”, afirmou Dilma. “Eu li e também tenho discernimento. Eu tenho clareza que ele foi mal interpretado. Tenho clareza disso”, enfatizou a petista.
“Ele falou que nós, e agradeço o elogio dele, fazemos um imenso esforço para fazer o ajuste. Em política, às vezes, eu não posso seguir o caminho curto. Eu tenho que ter o apoio de todos que me cercam. Então, temos uma questão de construir o consenso. Não temos que criar maiores complicações por isso”, completou Dilma.
É importante lembrar, de chofre, que entre os defeitos de Dilma Rousseff, a falta de discernimento é o mais gritante. Basta acompanhar seus enfadonhos discursos, sempre desconexos quando não são escritos previamente pelos marqueteiros palacianos.
Em relação ao fato de a fala de Joaquim Levy ser considerada um elogio, isso depende da forma como cada um interpreta, mesmo que da maneira equivocada. Que Dilma não é uma ode à genialidade todos brasileiros de bem sabem disso, mas não se pode confundir crítica com elogio. Levy só não disse que Dilma erra de maneira proposital, mas deixou claro que a presidente é teimosa e nada inteligente, além de escolher o caminho menos lógico.
Dilma vive um enorme descrédito e qualquer deslize político no momento poderia agravar o quadro, principalmente faltando poucos dias para mais uma nova manifestação popular contra o mais corrupto e incompetente governo da história brasileira. A presidente foi aconselhada a não estrilar com o ministro da Fazenda, especialmente porque o pacote de ajuste fiscal, que depende de aprovação política, enfrenta dura resistência no Congresso Nacional, que dará a última palavra sobre o tema. Fora isso, uma carraspana a essa altura dos acontecimentos poderia fazer com que Levy deixasse o cargo, aprofundando ainda mais a crise.