Posse de Edinho Silva mostra que a Secom será novo puxadinho no castelo mal-assombrado de Dilma

edinho_silva_02Remendo oficial – Em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (31), ocasião em que a presidente Dilma Vana Rousseff voltou a afirmar que prefere o ruído da democracia ao silêncio da ditadura, o petista Edinho Silva tomou posse como ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), em substituição ao jornalista Thomas Traumann, que pediu demissão após vazamento de polêmico documento que continua críticas ao governo.

A decisão de Dilma de nomear Edinho Silva para a Secom foi o que se pode chamar de “matar dois coelhos com uma só cajadada”, o que é facilmente explicado pelas graves circunstâncias políticas que chacoalham a sede do governo central. O primeiro motivo é que com ao adquirir o status de ministro de Estado, Edinho ganha blindagem jurídica na esteira do escândalo do Petrolão e em caso de julgamento gozará da prerrogativa de foro. Isso porque Edinho Silva foi tesoureiro da campanha de Dilma à reeleição, em 2014, quando o caixa petista certamente recebeu dinheiro do esquema criminoso que funcionou durante uma década na Petrobras.

O segundo motivo para a indicação de Edinho para o cargo é que o governo da “companheira” Dilma está debaixo de uma grave crise político-institucional, que tem provocado um enorme desgaste na relação com o Congresso Nacional, onde os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), respectivamente, têm dado as cartas e transformado Dilma em uma versão tropical da “rainha da Inglaterra”.

Edinho Silva, durante o evento palaciano, disse que telefonará a Renan e a Eduardo Cunha para saber qual a linguagem que o Parlamento espera do governo, o que mostra que o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, também do PT, mostra-se cada vez mais refém da própria incompetência como articulador político. Renan Calheiros e Eduardo Cunha por diversas vezes já disseram que não negociam com Vargas e muito menos com Aloizio Mercadante, mas a presidente insiste em mantê-los nos respectivos cargos.

Depois do agravamento da crise institucional que tem tirado o sono dos palacianos, Dilma decidiu reforçar a articulação política do governo, trazendo para o grupo de interlocução com o Poder Legislativo um sem fim de ministros de Estado, algo que na Esplanada dos Ministérios tem de sobra. Afinal, são 39 ministros que, juntos, tentam sem sucesso tirar o Brasil do atoleiro.

Com a chegada de Edinho Silva para reforçar a relação do governo com o Congresso Nacional, que vive um momento de rebeldia explícita após anos a fio de genuflexão de encomenda, a presidente Dilma Rousseff dá sinais de que Michel Temer, o vice, já não manda no PMDB como ele próprio acredita. Mesmo tendo sido guindado ao grupo que decide os assuntos políticos do governo, Temer é mais uma vez um fantoche inútil em um governo que começou como se estivesse no apagar das luzes. Ou seja, Michel Temer tem feito jus aos comentários maldosos que comparam a um mordomo de velório.

Por fim, Dilma não se preocupou em dar à Secom mais agilidade e transparência no diálogo com a imprensa, papel principal do órgão que, a partir de agora, é mais um puxadinho nesse castelo mal assombrado em que se transformou o desgoverno petista. Tudo muito bem, pois a ordem do efetivo dono do governo, Lula, é defender o PT a qualquer preço e, se possível, a desastrada administração de sua pupila.

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