Olho no futuro – Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e o portal “Meu Bolso Feliz” indica que 57% dos brasileiros não se preparam para a aposentadoria. Vale ressaltar que se forem considerados somente os entrevistados que têm 50 anos ou mais, esse porcentual chega a 59%.
Entre os que não planejam uma reserva financeira para o futuro, 17% afirmam que dependerão apenas da renda do INSS; 15% queriam se preparar, mas não sabem como; 14% não pensam no assunto; e 10% dizem não ter dinheiro suficiente para realizar contribuições ao INSS ou poupar.
A pesquisa do SPC Brasil foi realizada com 662 pessoas das 26 capitais brasileiras e de Brasília em dezembro do ano passado. Os questionários do levantamento foram enviados pela internet e a margem de erro é de 3,7 pontos porcentuais.
Especialistas recomendam que os brasileiros não dependam da aposentadoria concedida pelo governo caso planejem ter uma vida segura no futuro.
Com o aumento da expectativa de vida da população no Brasil, o valor da aposentadoria por tempo de contribuição é reduzido. Isso se deve por conta do chamado fator previdenciário, utilizado para o cálculo do benefício concedido pelo INSS.
Para Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, os números são preocupantes. “Muitos brasileiros têm de encarar uma grande redução na renda nessa fase da vida, enquanto os planos de saúde e gastos médicos não param de crescer. É necessário se prevenir”.
Entre os 43% dos entrevistados que afirmam tomar providências com o objetivo de ter uma renda adicional no futuro, 25% deixam o dinheiro aplicado na poupança e em outros tipos de investimentos, 14% na previdência privada e 4% em imóveis.
A economista-chefe da SPC Brasil alerta que deixar o dinheiro aplicado na caderneta é um grande erro. Pois, em um cenário de inflação alta, o rendimento da aplicação financeira é baixo e insuficiente para compensar o aumento dos preços.
Ainda segundo Marcela, outros investimentos em renda fixa, considerados mais conservadores, são práticos, permitem a retirada do dinheiro a qualquer momento e dão retornos maiores do que o da caderneta. “Atualmente as melhores opções são títulos públicos, CDBs e fundos de renda fixa”.
Para quem já tem fundos de previdência privada, a economista recomenda negociar taxas de carregamento e administração, que incidem sobre a aplicação. “Caso sejam altas, o investimento pode não compensar”.
Planejamento
De acordo com Marcela Kawauti, quanto mais cedo o consumidor pensar na aposentadoria, será mais fácil poupar. “Com mais tempo para aplicar o dinheiro, as parcelas mensais necessárias para obter uma boa renda durante o período de inatividade serão menores”.
Para quem já está perto de se aposentar e não se preparou para essa fase da vida, é prudente continuar a ter uma renda adicional durante a aposentadoria, ainda que o ritmo de trabalho possa ser reduzido, ressalta a economista. “Apenas com o benefício do INSS, será mais difícil para o consumidor encarar gastos adicionais caso ele não busque outra fonte de renda”. (Por Danielle Cabral Távora)