Fim da picada – Os casos de dengue cresceram em São Paulo, especialmente na capital paulista, superlotando hospitais particulares e causando o redimensionamento de equipes médicas. A maioria dos pacientes está reclamando das horas de espera por atendimento. Os centros médicos confirmaram que têm registrado crescimento na demanda e até fizeram contratações.
O processo de atendimento da analista financeira Thaís Pinheiro, de 32 anos, demorou seis horas na terça-feira, 14, no Hospital Samaritano, em Higienópolis, na região central. O marido dela, o designer gráfico Reinaldo Peticor, de 37 anos, também está com a doença e segue internado no local. A analista relatou que quando os sintomas começaram procurou outro hospital, que também estava lotado. “Tem muita gente com suspeita de dengue. Os lugares estão todos cheios.”
Levantamentos realizados nos hospitais particulares também comprovam esse quadro. O aumento no número de pacientes com suspeita de dengue foi constatado na maioria.O Hospital 9 de Julho, por exemplo, registrou 474 casos de suspeita nos três primeiros meses deste ano, enquanto que em 2014 foram 227. A infectologista e diretora técnica do centro médico, Regina Tranchesi, ressaltou que a instituição colocou um médico a mais no período da noite.
O Hospital Infantil Sabará, também na capital paulista, já opera com acréscimo de equipe de médicos e de triagem. O número de casos até março supera todo o ano de 2014, quando foram confirmados 50 casos no local.
No Hospital Santa Catarina, em 2015, 80 pacientes foram diagnosticados com a doença. Somente no mês de março, o atendimento da ala infantil dobrou em relação a fevereiro de 2015. Enquanto que no Hospital Santa Isabel, o aumento de pacientes começou a ser notado em fevereiro. Por dia, em média, sete pessoas são internadas com a doença.
O Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos revelou que cerca de 70% das pessoas que procuram o pronto-atendimento relatam sintomas de dengue. Um fluxo de atendimento específico foi organizado para atender a demanda.Na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo houve um aumento de quatro vezes no número de casos suspeitos de dengue no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2014.
O Hospital Alvorada registrou aumento semelhante: nos três primeiros meses deste ano, acolheu 55 pacientes. No mesmo período de 2014, foram 13. Os Hospitais Albert Einstein e São Luiz também relataram aumentos.
Já na rede pública, a lotação virou rotina, tanto nas unidades hospitalares como nas tendas instaladas pela Prefeitura. Na tarde da quarta-feira (15), o Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte na cidade, estava lotado. (Por Danielle Cabral Távora)