Filiado ao PT e ligado à CUT, novo integrante do conselho da Petrobras tenta minimizar o Petrolão

petrobras_16Pau mandado – Apesar de o Ministério da Fazenda ter revelado que indicaria somente técnicos validados pelo mercado para o Conselho de Administração da Petrobras, o colegiado da estatal tem um novo integrante. Trata-se de Deyvid Bacelar, ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e eleito pelos funcionários da petrolífera. Bacelar, que terminou o processo de filiação ao PT no começo deste ano, tomou posse como conselheiro durante assembleia de acionistas que aconteceu nesta quarta-feira (29).

Barcelar ressaltou que o “papel de responsabilidade social da Petrobras é maior do que seus objetivos econômicos”. “Será uma vaga solitária, e isso é uma preocupação. Há um afastamento do governo, que deixa de indicar membros próprios para satisfazer ao mercado. Não sabemos o compromisso que eles terão com a Petrobras”, afirmou o futuro conselheiro, em declaração que contraria a roubalheira que seu partido patrocinou na última década e que sangrou os cores da companhia. Trabalhando na Petrobras há nove anos, Bacelar, 36 anos, é técnico em segurança do trabalho na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia.

O governo, como acionista controlador, indicou sete nomes para o conselho. Entre eles, o atual presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, que deve ser eleito presidente do comitê. Outras duas vagas serão disputadas por indicados dos acionistas minoritários – como fundos estrangeiros, associação de investidores e o Banco Bradesco.

O temor de Deyvid Bacelar com a composição do conselho é a “pressão de multinacionais” por mudanças na lei de conteúdo local e no marco regulatório do pré-sal, que impõe à estatal a obrigatoriedade na operação dos blocos e de participação de 30% nos consórcios. “Conversamos com senadores do partido para garantir oposição ao projeto que tramita para alterar a legislação. Não há contradição. Teremos independência e autonomia em relação ao governo”, disse o sindicalista. Ou seja, depois do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, o PT quer continuar mandando e desmandando na Petrobras.

A primeira reunião dos novos integrantes será realizada no dia 15 de maio para a apreciação das contas do primeiro trimestre do ano. Na avaliação de Bacelar, o balanço auditado divulgado com cinco meses de atraso foi “ilógico”. “A baixa de 6 bilhões de reais de corrupção foi além da conta. A Lava-Jato não teve impacto tão grande. Não houve comprovação se teve corrupção em todos os contratos com as 27 empresas”, avaliou.

Deyvid Bacelar é mais um braço avançado do Palácio do Planalto a querer minimizar o estrago provocado pelo esquema de ladroagem montado pelo ex-deputado federal José Janene (PP-PR), já falecido, com a anuência explícita do então presidente Luiz Inácio da Silva. O Petrolão entrou em cena e com dose extra de fôlego para substituir o malfado Mensalão do PT, escândalo de corrupção que por pouco não arranca Lula do poder central.

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