Face lenhosa – Em três vídeos postados nas redes sociais, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (1) a valorização do salário mínimo, mudanças em regras trabalhistas e previdenciárias, além do respeito ao direito de manifestação da população.
É a primeira vez que Dilma cancela o pronunciamento em cadeia de rádio e televisão no Dia do Trabalho, decisão tomada no vácuo do receio de palacianos em relação a novos panelaços contra o governo. O Palácio Planalto temia a reedição dos protestos durante a fala da presidente, a exemplo do ocorrido em 8 de março, por ocasião de pronunciamento em comemoração ao Dia Internacional da Mulher.
Em seu terceiro vídeo, Dilma Rousseff ressaltou ser necessário “nos acostumar às vozes das ruas” e defendeu o diálogo “franco e transparente” entre o governo e a sociedade como instrumento para a busca de consenso entre os diferentes segmentos sociais.
“Temos que nos acostumar a fazer isso sem violência e sem repressão. Para isso, nada melhor do que o diálogo franco e transparente entre governo e sociedade”, disse Dilma.
A petista criou também um fórum para debater políticas de emprego, trabalho, renda e previdência social. Esse meio de discussões reunirá as centrais sindicais, representantes dos aposentados e pensionistas, dos empresários e o governo.
A pauta será a discussão da sustentabilidade do sistema previdenciário, abordando temas como regras de acesso, idade mínima, tempo de contribuição e fator previdenciário. Dilma também propôs debater medidas de redução da rotatividade, formalização e aumento da produtividade do trabalho.
“Caberá a nós todos encontrarmos a melhor estratégia e definir os mais eficientes instrumentos para que possamos atingir os nossos objetivos de fazer o Brasil crescer, aumentando emprego e renda de todos os trabalhadores”, disse.
Em relação aos direitos trabalhistas, que Dilma prometeu mantê-los intactos, a ponto de usar a expressão “nem que a vaca tussa”, o pacote fiscal anunciado pelo governo mandou para o ralo a promessa de campanha da petista.
No tocante à valorização dos salários, Dilma por certo decidiu brincar com o trabalhador, pois a desastrada política econômica do governo do PT alimentou a inflação, que vem corroendo o suado dinheiro do cidadão.
Nos tempos em que engrossava o coro da oposição, o PT sempre criticou a política de reajuste do salário mínimo, tomando por base os levantamentos feitos pelo Dieese acerca do tema. O mesmo Dieese afirma que o salário mínimo ideal, em março passado, deveria ser de R$ 3.186,92, ou seja, quatro vezes o valor do piso salarial vigente no País, que é de míseros R$ 788. Isso porque o partido do governo, e também da presidente Dilma Rousseff, é dos trabalhadores. Imagine, caro leitor, se não fosse.
