Convocação de Rodrigo Janot em CPI será desmoralização total do Congresso, afirma deputada

rodrigo_janot_06Dança com lobos – Diante de notícias veiculadas nesta quarta-feira de que alguns deputados federais se articulavam para aprovar a convocação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, na CPI da Petrobras, a deputada federal Eliziane Gama (PPS-MA) reagiu com indignação.

De acordo com Eliziane, não “há a mínima razoabilidade” no requerimento que pede a oitiva de Janot no colegiado. Para ela, o procurador-geral da República está no rol daquelas autoridades que não podem ser convocadas por uma comissão parlamentar de inquérito, assim como os ministros do STF e o presidente da República.

“Será a maior desmoralização pela qual passará a CPI e o próprio parlamento, se agir no sentido de tentar coagir o trabalho do procurador-geral. Caso a comissão insista em convocar, vamos pedir ao Supremo Tribunal Federal que declare inócuo o objeto desta proposta absurda”, justificou Eliziane.

Para a deputada do PPS, as comissões parlamentares de inquérito são espaços para investigação, cujos poderes são próprios de autoridades judiciais e, como tais, jamais devem usurpar suas funções.

“O procurador é o autor de vários pedidos de investigação, no âmbito da Operação Lava Jato, contra diversas figuras do meio político. Só podemos acreditar que há um revanchismo em curso, a partir desta iniciativa de alguns na CPI”, disse Eliziane.

A parlamentar adianta que a comissão criada para investigar o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, precisa rejeitar o requerimento, sob o risco de não o fazendo acabar perdendo totalmente a credibilidade dos seus trabalhos. A reunião de votação da comissão está marcada para ocorrer na quinta-feira (7), a partir das 9h30.

”Qual a suspeita que paira sobre Janot na questão da Petrobras? Porque o objeto da CPI são as irregularidades cometidas na estatal”, acrescentou Gama.

Como sempre afirma o UCHO.INFO, Comissões Parlamentares de Inquérito servem muito mais como palanque político para alguns parlamentares do que propriamente para investigar. A reedição da CPI da Petrobras foi desnecessária, pois a Operação Lava-Jato já elucidou os crimes cometidos no âmbito da estatal por políticos, funcionários da companhia, executivos de empreiteiras e criminosos adjacentes.

Se CPIs de fato funcionasse, a do Banestado teria produzido os resultados esperados, mas o que se viu foi acordo espúrio entre PT e PSDB, que culminou com um relatório final que serve apenas como peso de papel. Tanto é assim, que o doleiro Alberto Youssef, que foi investigado na CPI do Banestado, voltou a delinquir e transformou-se em um dos protagonistas do Petrolão.

apoio_04