Inferno astral – O casal petista Glesi Helena Hoffmann, senadora pelo Paraná, e Paulo Bernardo da Silva, ex-ministro das Comunicações (Dilma Rousseff) e do Planejamento (Lula), se envolveu, entre 2012 e 2013, em um golpe milionário em Brasília, informa reportagem da revista Época. O golpe, de acordo com a revista, contou com a participação de outro petista paranaense, Carlos Rigonato, ex-vice-prefeito de Nova Esperança (PR) e ex-candidato a deputado federal pelo PT.
O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. Os golpistas inventaram uma autarquia, deram prejuízos de milhões de reais em incautos investidores e enganaram até o ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (equivalente à Câmara dos Deputados). A proteção de gente graúda do governo federal permitiu que agissem livremente e que usassem até mesmo a terminação “gov.br” no e-mail da empresa fajuta que aplicou golpes seguidos. Quem acessa o site da tal autarquia (sic) é automaticamente remetido a uma página eletrônica da Eletrobras.
Conforme a matéria de Filipe Coutinho e Thiago Bronzatto, o empresário Roberto Oliveira e o petista Carlos Rigonato inventaram a Agência Pública Nacional de Infraestrutura e Tecnologia (Proinfra) e o Programa Governamental Brasileiro de Modernização e Racionalização da Iluminação Pública. A isca se materializava em anúncios no Diário Oficial, nos quais os golpistas anunciavam supostos projetos bilionários. Entre eles a fabricação de lâmpadas LED para instalação em 5.566 cidades ao custo de R$ 3,7 bilhões. Montada a arapuca – sede próxima à Esplanada dos Ministérios, nome de estatal, site de estatal, brasão de estatal, jeito de estatal – buscavam parceiros e investidores.
Para atrair os investidores, os dois usavam os nomes dos “padrinhos” Gleisi Hoffmann e do seu marido, o então ministro Paulo Bernardo. “Carlos Rigonato, o petista do Paraná, encarregava-se de apresentar as credenciais políticas da estatal. Ele tinha fotos com o mais eminente casal petista do Brasil: o ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann, ambos do Paraná. Uma delas foi tirada no Senado, no dia em que Gleisi foi anunciada ministra da Casa Civil, em 2011”, destaca a reportagem da Época.
Resumindo, Gleisi e Paulo Bernardo serviam como isca do esquema para os golpistas ludibriarem os investidores. Representavam, segundo a publicação, a chancela do governo federal no ‘projeto’. “A senadora afirma conhecer Rigonato apenas por ele ter sido vice-prefeito no Paraná e não saber da existência da Proinfra. Roberto Oliveira, o parceiro de Rigonato, apresentava-se como diretor de Relações Institucionais da Proinfra. Cabia a ele convencer empresários a investir na fabulação”.
A revista questionou a Casa Civil e o Ministério do Planejamento sobre como a Proinfra conseguiu o status de autarquia. A Casa Civil informou que em 2013 teria encaminhado o caso para a Polícia Federal. À época, Gleisi (então ministra-chefe da Casa Civil) nada falou ou emitiu qualquer nota sobre o esquema que prosperava usando o seu nome e do seu marido. Tampouco Paulo Bernardo emitiu qualquer pronunciamento a respeito da fraude. O casal, nesse sentido, pode ter prevaricado, para dizer o mínimo. O Ministério do Planejamento, por sua vez, disse que autorizou o site a usar a terminação “gov.br” a partir da documentação enviada, mas que pedirá o cancelamento do site e vai apurar o caso.
A Polícia Federal está atrás dos golpistas e investiga a participação de petistas em mais um esquema que abala o já combalido governo do PT.