Rolo compressor – Nesta segunda-feira (25), em reunião do colégio de líderes, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), definiu a ordem de votação dos itens da reforma política. Momentos antes, o presidente da Casa havia cancelado a votação do relatório final da comissão especial criada para analisar o tema e avocou a análise do tema para o Plenário, onde pode manobrar com mais facilidade para aprovar pontos os quais defende.
Assim, os deputados começarão a votar hoje (26) as mudanças no sistema eleitoral. A ideia é que eles elejam entre o voto em lista, o distrital misto, o distritão, o distritão misto ou a manutenção do modelo atual.
Entre as deliberações sobre reforma política, os parlamentares discutirão o financiamento das campanhas, o fim ou não da reeleição, o tempo e a coincidência dos mandatos, entre outros pontos. Vale ressaltar que para os parlamentares, dificilmente os itens alcançarão a maioria de 308 votos necessária para a aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PEC).
Pela extensão dos itens que serão abordados e pela falta de consenso, líderes partidários avaliaram que dificilmente as votações serão concluídas em uma única semana. Arthur Oliveira Maia (SD-BA), líder do Solidariedade, afirmou que a Câmara precisará de ao menos duas semanas.
Na reunião, ainda foi fechado um acordo de não obstrução, porém os parlamentares também encaram esse compromisso com ceticismo. “Vamos defender o regimento”, revelou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), um dos maiores críticos à determinação de Cunha de puxar as votações da reforma política para o Plenário.
O modelo que deve ser aprovado elimina o chamado voto proporcional e contempla os candidatos mais votados, o que certamente comprometerá a democracia, que precisa gerida com competência e responsabilidade, além de empurrar para baixo o nível da Parlamento nacional, que vive um dos piores momentos da sua história. (Por Danielle Cabral Távora)