Venda de jogadores revelados pelo Corinthians fez o clube perder R$ 173 milhões desde 2007

corinthians_20Furo no cofre – Ao se desfazer de jogadores revelados pelo clube e vendidos antes mesmo de brilhar no time principal desde 2007, o Corinthians deixou de ganhar pouco mais de R$ 173 milhões com as futuras transferências dos meias Willian e Everton Ribeiro, além do zagueiro Marquinhos. Os três atletas atualmente estão em alta, e irão defender a seleção brasileira na Copa América, a partir do próximo dia 14.

Na conta estão os valores recebidos pelo Corinthians na época da transação e os desembolsados por outras equipes depois da valorização dos atletas. O clube paulista, nessas oportunidades, conseguiu diminuir o prejuízo por conta do repasse ligado ao percentual da indenização aos times formadores. Vale ressaltar que os valores foram corrigidos pela inflação no período (índice IPCA, do IBGE).

A primeira grande perda para o Corinthians foi em agosto de 2007, com a venda de Willian ao ShakhtarDonetsk, da Ucrânia, por 19 milhões de dólares – à época, R$ 38 milhões (com a inflação desses quase oito anos, R$ 60,4 milhões). O meio-campo defendeu o time alvinegro em apenas 41 jogos, com dois gols marcados.

No início de 2013, Willian foi vendido para o Anzhi-RUS e depois, em agosto do mesmo ano, para o Chelsea, que pagou 37 milhões de euros pelo atleta (R$ 118,5 milhões). O Corinthians recebeu também pouco mais de R$ 6,3 milhões pela formação do jogador. No total, o clube deixou de ganhar R$ 67,6 milhões.

Everton Ribeiro surgiu como promessa em 2007, quando ainda atuava na lateral esquerda. No começo de 2011, após emprestar Everton Ribeiro (já como meia) ao São Caetano, o Corinthians recebeu R$ 1,5 milhão do Coritiba por 50% dos direitos econômicos atleta. A comissão técnica liderada por Tite nem chegou a cogitar incluir o jogador na lista da pré-Libertadores.

Depois de brilhar no time paranaense e no Cruzeiro, o melhor jogador nas últimas duas edições do Brasileirão acertou com o Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos. O time pagou R$ 26 milhões por 60% dos direitos. O Timão teve direito a 13% da transação, pois manteve parte dos direitos econômicos, além de receber o valor por formar o atleta. O prejuízo chegou a R$ 17,3 milhões.

A maior perda foi com Marquinhos, cuja “perda” atingiu mais de R$ 88 milhões. Campeão da Copa São Paulo de 2012 e sem oportunidades no time principal, o zagueiro foi vendido à Roma por 3 milhões de euros (R$ 7,5 milhões). O clube paulista já havia recebido R$ 3,7 milhões pelo empréstimo de seis meses.

Um ano após deixar o Parque São Jorge, o zagueiro foi negociado com o Paris Saint-Germain por 35 milhões de euros (R$ 101 milhões). O Corinthians recebeu 7,5% do montante, pois ainda detinha 5% dos direitos econômicos, além da parcela de 2,5% garantida pela Fifa por fazer parte da carreira do jogador na juventude.

Na última semana, o Corinthians deu início às negociações com o Palermo, pelo meia-atacante Matheus Cassini. A oferta do time italiano é de R$ 5,1 milhões, sendo que 70% disso ficaria com o clube paulista. A situação está indefinida, mas o jogador, sem chances na equipe de Tite, afirma que prefere deixar o Brasil.

O clube do Parque São Jorge agiu de outra forma com Malcom. Há um mês, o clube renovou com o jovem de 18 anos. O novo vínculo é válido até o fim de 2019. A multa rescisória chega a R$ 70 milhões para clubes do exterior. O atleta recebeu um bom aumento salarial: de aproximadamente R$ 9 mil para R$ 90 mil mensais. O Corinthians é dono de 30% dos direitos econômicos de Malcom.

Em agosto de 2012, o São Paulo vendeu o meia-atacante Lucas por 43 milhões de euros (R$ 108 milhões). Em quase três temporadas no time tricolor, o jogador disputou 128 partidas, com 33 gols marcados. Lucas defendeu o time até o fim do ano e o São Paulo recebeu 70% do valor. (Por Danielle Cabral Távora)

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