Após receber US$ 20 milhões, Interpol suspende acordo com a FIFA para combate ao crime organizado

fifa_08Saindo de cena – A Interpol suspendeu seu programa de cooperação com a FIFA, que, durante anos, tentou atacar a manipulação de resultados e o envolvimento do crime organizado no futebol.

A decisão de se afastar da FIFA ocorre dias depois que a Interpol colocou em seu alerta vermelho os nomes de cartolas e dirigentes do futebol, foragidos desde que o FBI lançou uma operação contra a corrupção no esporte.

Em comunicado, a Interpol, que tem sede em Lyon, indicou que recebeu US$ 20 milhões, cerca de R$ 62 milhões, nos últimos dez anos para criar um programa de combate ao crime dentro do futebol.

“Decidi suspender o acordo”, declarou, nesta sexta-feira (12), o diretor da Interpol, Jurgen Stock. Para ele, qualquer acordo entre a entidade e outros parceiros deve seguir os “princípios” da Interpol.

Nos últimos quatro anos, o programa conjunto da Interpol e a FIFA “contribuiu para prevenir a manipulação de eventos esportivos pelo crime organizado”.

Em resposta, a entidade máxima do futebol emitiu um comunicado, ressaltando que estava “decepcionada” com a decisão da Interpol de abandonar o acordo. “O sucesso do programa não tem relação com os problemas atuais afetando a FIFA e acredita que essa decisão unilateral terá um impacto negativo na luta contra o crime organizado”, declarou o órgão esportivo.

Além da prisão de dirigentes da FIFA, o escândalo recente revelou que Joseph Sepp Blatter, presidente da entidade, havia pago 5 milhões de euros (R$ 17 milhões) a cartolas da Irlanda para que esquecessem o gol irregular de Thierry Henry, em 2009, que tirou a seleção do país da Copa do Mundo. (Danielle Cabral Távora)

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