Eleições 2018: Serra pode ir para o PMDB, deixando a briga no tucanato para Aécio e Alckmin

jose_serra_39Fazendo as malas – Desde que chegou ao Senado Federal, o tucano José Serra (SP) vem se dedicando a um movimento lento e contínuo de aproximação com o PMDB, mais especificamente com o senador Renan Calheiros (AL), presidente da Casa e do Congresso Nacional.

Desprovido de carisma e considerado um dos mais preparados governantes do País, Serra reviu decisão anterior de deixar a vida pública e ressuscitou o desejo de chegar ao Palácio do Planalto, apesar de o tucano negar o fato. Ciente de que no PSDB não há mais espaço para o seu sonho, José Serra pode migrar para o PMDB. Pelo menos é essa a leitura feita por integrantes do tucanato, que em conversa reservada com o editor admitiram a movimentação.

Para aqueles que acompanham o cotidiano da política nacional não é difícil perceber que Serra está muito mais entrosado com o PMDB do que com os tucanos, o que seria normal, por assim dizer. A proximidade com Calheiros, com direito a conversas ao pé da orelha, mesmo diante das câmeras, tem rendido a José Serra algumas indicações no escopo do Senado Federal. Ou seja, o que deveria ser da incumbência do PSDB está sendo providenciado pelo presidente do Senado e alguns de seus sequazes.

Não se sabe ainda se José Serra acabará no PMDB e será escolhido como candidato do partido ao Palácio do Planalto, mas pelo menos ele poderá ser usado como arma de intimidação para Renan Calheiros marcar território em relação a Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, que desde a posse vem trabalhando com os dois olhos voltados para a corrida presidencial de 2018.

Os envolvidos nessa epopeia política negam os fatos, mas não é novidade, pelo menos por enquanto, que o candidato natural do PSDB é Aécio Neves (MG), até o momento em que o recall eleitoral decorrente da campanha de 2014 perder força e algum outro postulante ao cargo coloque as garras de fora. Um desses possíveis candidatos e o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, que trabalha nos bastidores para ser o escolhido, sonha em ter como vice um filiado ao PSB.

É verdade que a corrida presidencial ainda está distante, mas a incompetência de Dilma e a crise econômica galopante antecipou a disputa, porque não se pode desprezar um cenário tão favorável à discussão da sucessão no Palácio do Planalto.

No caso de Serra acabar no PMDB, a briga no ninho tucano será entre Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Apesar da forma esdrúxula e autoritária como o PSDB escolhe seus candidatos, Alckmin leva vantagem porque terá como concorrente alguém que conseguiu a proeza de perder uma eleição para uma candidata do naipe de Dilma Rousseff, que arruinou o País e destruiu a economia nacional, sem contar os seguidos escândalos de corrupção. Enfim…

apoio_04