Petrobras corta 37% dos investimentos e anuncia venda de US$ 15,1 bilhões em ativos

petrobras_15Pé no freio – Aprovado na última sexta-feira (26), o plano de negócios e gestão 2015 – 2019 da Petrobras prevê investimentos de US$ 130,3 bilhões, o que de acordo com a estatal significa redução de 37%, quando comparado ao plano anterior. Do atual montante, a área de Exploração e Produção responde por 83%, Abastecimento por outros 10%, Gás e Energia, 5%, e demais áreas, 2%.

Segundo a companhia, o plano tem como objetivos fundamentais a desalavancagem da empresa e a geração de valor para os acionistas. Contudo, o documento divulgado ao mercado não detalha quais são os ativos que a estatal pretende se desfazer.

O documento afirma que o montante de desinvestimentos (venda de ativos) em 2015/2016 foi revisado para US$ 15,1 bilhões, dos quais 30% na Exploração e Produção, 30% no Abastecimento e 40% no Gás e Energia. Também há esforços em reestruturação de negócios, desmobilização de ativos e desinvestimentos adicionais, totalizando US$ 42,6 bilhões em 2017/2018.

Em relação aos investimentos a carteira prioriza projetos de E&P, com ênfase no pré-sal, e nas demais áreas destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural.

Na área de E&P, 86% serão alocados para desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 3% para suporte operacional. Ainda com base no documento, US$ 64,4 bilhões serão aportados para novos sistemas de produção no Brasil, dos quais 91% no pré-sal.

No Abastecimento serão investidos US$ 12,8 bilhões, sendo 69% em manutenção e infraestrutura, 11% na conclusão das obras da Refinaria Abreu e Lima, 10% na Distribuição. Os demais 10% incluem investimentos no Comperj para recepção e tratamento de gás, manutenção de equipamentos, dentre outros. A área de Gás e Energia recebe US$ 6,3 bilhões, com destaque para os gasodutos de escoamento do gás do pré-sal e suas respectivas unidades de processamento (UPGNs).

O plano de negócios e gestão 2015-2019 da Petrobrás prevê o retorno da alavancagem à meta de alavancagem líquida inferior a 40% até 2018 e a 35% até 2020, e a razão de endividamento líquido/Ebitda inferior a 3,0x até 2018 e a 2,5x até 2020.

A Petrobras atualizou as metas de produção de óleo, LGN (líquido de gás natural) e gás natural no Brasil, o que segundo o documento reflete “postergação de projetos de menor maturidade ou atraso na entrega das unidades de produção, principalmente em função de limitações de fornecedores no Brasil”.

A previsão é de alcançar uma produção total de óleo e gás, no Brasil e exterior, de 3,7 milhões de boed (arris de óleo equivalente por dia) em 2020, ano em que o pré-sal deverá representar mais de 50% da produção total de óleo.

O alcance das metas de produção em um cenário de dificuldades com fornecedores no Brasil é citado como um dos fatores de risco a que a Petrobrás está sujeita e que podem impactar suas projeções de fluxo de caixa. Os demais exemplos citados pela companhia são variáveis de mercado, como preço do petróleo e taxa de câmbio; e operações de desinvestimentos e reestruturações, sujeitas às condições de mercado vigentes à época das transações.

O documento está disponível na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e é assinado pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores Ivan de Souza Monteiro. O plano também informa que estão previstas medidas de otimização e ganhos de produtividade para reduzir os gastos operacionais gerenciáveis (custos e despesas totais, excluindo-se a aquisição de matérias-primas).

“Ações já identificadas demonstram que esse resultado pode ser alcançado por meio de maior eficiência na gestão de serviços contratados, racionalização das estruturas e reorganização dos negócios, otimização dos custos de pessoal e redução nos dispêndios de suprimento de insumos”, ressaltou o diretor. (Danielle Cabral Távora)

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