Nos EUA, Dilma Rousseff volta a criticar delações da Lava-Jato e fala em vazamento seletivo

dilma_rousseff_547Ataque como defesa – Nesta terça-feira (30), a presidente Dilma Rousseff voltou a criticar o que considera “vazamento seletivo” de depoimentos de delação premiada de investigados na Operação Lava-Jato.

A petista afirmou que não demitirá ministros com base em denúncias veiculadas pela imprensa. Ela ressaltou que condenar sem provas é uma prática da Idade Média.

“Estranhamente, há um vazamento seletivo que alguns têm. E aí, durante um tempo, podem falar o que quiser porque aqueles que são mencionados não têm como se defender, porque não sabem do que são acusados”, criticou Dilma, em entrevista ao lado de Barack Obama, após reunião de trabalho na Casa Branca.

No último final de semana, jornais publicaram trechos da delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, em que ele cita dois ministros próximos da presidente Dilma Rousseff – Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) – como beneficiários do esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras e foi interrompido pela Lava-Jato.

“Nunca demiti ministro, ou aceitei ministro nomeado pela imprensa ou demitido pela imprensa. E, assim sendo, vou aguardar toda a divulgação dos fatos para avaliar a situação. Agora, em princípio, acredito que seja necessário pelo menos que todos nós tenhamos acesso a mesma coisa. O governo brasileiro não tem acesso aos autos”, disse.

A presidente também acrescentou que é preciso respeitar o direito à defesa, conquistado com a democracia e que não se pode condenar alguém sem provas.“A obrigação da prova é ser formada com fundamentos e não simplesmente com ilações ou sem acesso às peças acusatórias. Isso é um tanto quanto Idade Média, então não é isso que se pratica hoje no Brasil”.

Dilma aproveitou a ocasião para defender a Petrobras. Ela disse que as denúncias de corrupção que envolveram alguns diretores não podem ser generalizadas para toda a estatal e que agora a empresa está bem gerida.“A Petrobras não é uma empresa sub judice. A Petrobras é uma empresa em pleno uso da sua atividade”. (Danielle Cabral Távora)

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