Após manobra e troca de acusações, Câmara aprova em primeiro turno redução da maioridade penal

(ABr)
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Etapa vencida – A Câmara dos Deputados reverteu, na madrugada desta quinta-feira (2), a rejeição ao projeto que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, que fora decidida durante votação em plenário nos primeiros minutos do dia. Em menos de 24 horas, uma manobra do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), resultou na aprovação de nova emenda, praticamente idêntica à que havia sido reprovada pelos parlamentares.

A diferença em relação à proposta rejeitada no início da quarta-feira foi que os deputados retiraram do projeto crimes como o tráfico de drogas, a tortura, o roubou qualificado e o terrorismo, pelos quais pessoas de 16 anos podem responder como adultos.

Mais branda, a nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) propõe a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos, como estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado, e em casos de homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. O texto também prevê a construção de locais específicos para o cumprimento da pena.

Na votação anterior, o substitutivo foi derrotado por apenas 5 votos de diferença. Nesta quinta-feira, a PEC recebeu 323 votos a favor, 155 contra e 2 abstenções. Para a aprovação, de acordo com o Regimento Interno da Câmara, seriam necessários 308 votos, o que representa três quintos dos 513 deputados.

A votação ocorreu com as galerias fechadas, pois na noite anterior os manifestantes provocaram tumulto, interrompendo a discussão da matéria. Manifestantes tentaram chegar ao plenário, mas o acesso foi bloqueado pela segurança da Casa.

Deputados que se opunham à proposta acusaram Eduardo Cunha de tramar um “golpe” e de ter agido contra o Regimento da Câmara, argumentando que, com a rejeição da PEC 171/93 na quarta-feira, o texto original, e não uma emenda aglutinativa, deveria ter sido colocado em votação.

Cunha, porém, afirma ter agido de acordo com as regras da Casa e disse que o resultado é legítimo e incontestável. O texto ainda será votado em segundo turno na Câmara e, se aprovado, seguirá para votação no Senado. (Com agências de notícias)

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