“Clima no país é de pós-Dilma”, avalia Roberto Freire, que aponta alternativas para a saída da petista

roberto_freire_06Olho da rua – Deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS, Roberto Freire disse, nesta segunda-feira (6), que existe um clima “de pós-Dilma” no País. O parlamentar explicou que a discussão sobre o que virá após a saída intempestiva da presidente está presente em toda a sociedade porque existem possibilidades concretas de cassação da chapa que a elegeu, de impeachment e até mesmo de renúncia.

Dilma Rousseff convocou reunião de emergência com aliados para, nesta segunda-feira, discutir o “clima de impeachment” que está tomando conta do Brasil. Foram convocados presidentes e líderes de partidos que apoiam o governo no Congresso Nacional. O objetivo é tratar dos movimentos pelo afastamento da presidente que ganharam força com a piora da crise que acomete o governo.

Ingovernabilidade

“O clima é fruto da crescente ingovernabilidade”, sentenciou Freire. Ele lembrou que, ao abrir o jornal, o que se lê são analistas políticos discutindo o “pós-Dilma”. “O noticiário político é todo nesse sentido, mas o impeachment é uma das hipóteses para a saída da presidente”. A renúncia é a possibilidade mais remota, acredita o presidente do PPS, “mas alguns não se cansam de solicitar”.

Existe também a alternativa do julgamento das contas da chapa Dilma e Michel Temer, que ganhou contornos mais fortes com a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, que afirmou ter doado dinheiro via caixa dois para a campanha da petista.

Lula

Segundo Roberto Freire, as declarações do ex-presidente Lula criticando o governo e a presidente ajudaram a dar maior substância ao clima da expectativa do “pós Dilma”. “Foi uma posição completamente inconcebível a de Lula de partir para a crítica desabrida. A partir dali, o clima do pós-Dilma se aprofundou”, analisou o deputado.

No entender de Freire, o governo está “desarvorado”. “O ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) ameaçou sair e terminou ficando, mas ele se esquece de que participou do impeachment de Fernando Collor e ali não era golpe, que é uma argumentação do PT que beira ao ridículo”.

Para Freire, impeachment se impõe. “Pode chegar o momento em que ele se torne quase como uma necessidade. Basta se instalar efetivamente um clima de ingovernabilidade. Pode acontecer de ninguém querer, mas ele se impor”.

Roberto Freire rememora que “ninguém vivia na rua dizendo que era a favor do impeachment de Collor”. Ele chegou em um determinado momento e foi a saída para que o Brasil pudesse superar todo um quadro de ingovernabilidade, de perda total de expectativas do ponto de vista econômico, político, “que é algo do que está se aproximando, neste momento, esse desgoverno da Dilma”.

Impugnação

Na avaliação de Freire, existem elementos para impugnar a chapa Dilma e Michel Temer, do PMDB. “As delações premiadas estão trazendo algumas denúncias com nível de comprovação significativa, mas quem vai decidir isso é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”.

Se comprovada a utilização de dinheiro de caixa dois ou proveniente do exterior de forma ilegal, analisa, “isso é muito grave, porque fica evidente que foram eleitos com a fraude, com o crime e se o tribunal entender dessa forma é quase certeza de que pode cassar o mandato da chapa”. A prestação de contas é feita pela chapa e não individualmente, lembrou o parlamentar.

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