Lava-Jato: movimentações atípicas de R$ 52 bi, detectadas pelo Coaf, amplia prejuízo à Petrobras

dinheiro_115Mãos ao alto – Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues afirmou em seu depoimento à CPI da Petrobras, na terça-feira (7), que em 267 relatórios produzidos pelo órgão a pedido das autoridades da Operação Lava-Jato foram investigadas movimentações atípicas que atingem o montante de R$ 51,9 bilhões.

De acordo com Rodrigues, o levantamento do Coaf abrangeu 8.918 comunicações de movimentações financeiras de 27.579 pessoas físicas e jurídicas. “Mas não quer dizer que todo mundo está mancomunado”, ressalvou. O presidente do Coaf foi ouvido na condição de testemunha.

Rodrigues não revelou os nomes dos investigados, já que poderia caracterizar quebra de sigilo. Ele inclusive sugeriu aos parlamentares que, caso a CPI queira ter acesso aos relatórios, terá de solicitar a quebra de sigilo por nome, já que cada relatório pode ter centenas de nomes.

Um dos alvos da investigação foi o doleiro Alberto Youssef, que já havia sido monitorado em outros processos, em especial no escândalo do Banestado, que permitiu a fuga de bilhões de reais para o exterior. “Youssef já era famoso, já tinha sido investigado, fez delação no passado, mas ele continuou operando”, revelou.

Rodrigues disse também que dos R$ 51,9 bilhões movimentados em operações financeiras atípicas, monitoradas para a Operação Lava-Jato, R$ 1,381 bilhão foi de dinheiro em espécie.

O comandante do Coaf explicou que nesse tipo de investigação é apurada toda a rede que movimentou os recursos, seja em dinheiro em espécie ou em investimentos. “Tem gente que pode ter entrado de gaiato. A investigação é que vai dizer”, explicou aos jornalistas.

Durante seu depoimento na CPI, Rodrigues negou que bancos tenham sido coniventes com as operações de lavagem de dinheiro investigadas na Lava-Jato e que o sistema funcionou ao identificar irregularidades. Ele ainda lamentou que figuras já conhecidas por esse tipo de crime, como Alberto Youssef e o empresário Lúcio Bolonha Funaro, tenham continuado operando por falta de medidas restritivas.

As declarações de Antônio Gustavo Rodrigues confirmam notícia do UCHO.INFO, que insiste em afirmar que o esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras ultrapassou a marca de R$ 80 bilhões, sendo que parte desse dinheiro é referente a propinas pagas a políticos, partidos e aos próprios empresários.

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