Sem saída – É cada vez mais patética a situação da senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann (PT). Integrante de todas as listas de “cassáveis” por conta de seu envolvimento no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira, no qual foi acusada, por dois delatores (Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa), de receber propina, Gleisi deu para defender o mandato da presidente Dilma Rousseff, como se o seu mandato na fila da degola.
Nos últimos tempos tornaram-se frequente os bate-bocas entre Gleisi Hoffmann com senadores da bancada de oposição, nos quais a petista, conhecida pela retórica indigente, tenta defender a presidente da República a reboque de intervenções pífias. Gleisi tenta “provar” que um eventual impeachment de Dilma, hipótese que vem ganhando corpo nos últimos dias, seria um golpe e não o uso de um dispositivo legal do presidencialismo.
A argumentação de Gleisi sobre a inocência de Dilma no escândalo do Petrolão, investigado pela Operação Lava-Jato, torna-se ainda mais inacreditável quando em cena entra o fato de que a situação da própria defensora está periclitante. Nesta quarta-feira (8), a Polícia Federal ouviu o dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, um dos importantes delatores da Lava-Jato, sobre o envolvimento de Gleisi no esquema recebimento de propinas.
A participação de Gleisi no Petrolão é investigada por um inquérito da Polícia Federal que teve sua conclusão prorrogada duas vezes. Dirigentes de grandes empreiteiras que são alvo das investigações da Lava-Jato já foram ouvidos e detalharam as ligações da senadora com o “propinoduto” que funcionava na Petrobras.
Em maio passado, antes de ser preso, o empresário Marcelo Odebrecht, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigou Janot, e com a autorização do ministro Teori Zavascki (STF), foi ouvido no inquérito que investiga Gleisi. Ou seja, a defensora da “presidenta” precisa urgentemente de alguém que a defenda.
Ciente de que sua situação é grave, podendo chegar à perda do mandato parlamentar, Gleisi Hoffmann tenta posar de defensora de Dilma com o objetivo de tentar arrastar a presidente da República para o seu calvário, que não é pequeno. A ideia é sensibilizar a presidente, fazendo com que Dilma ordene a seus tutelados no Senado Federal que saiam em defesa da paranaense no momento em que um eventual processo por quebra de decoro parlamentar surja no horizonte.
Nos bastidores, como apurou o UCHO.INFO, o que se comenta é que o PT estaria disposto a entregar a cabeça de Gleisi, como forma de preservar outros “companheiros” que são investigados na Lava-Jato. Isso porque no partido já é quase consenso a tese de que Gleisi não faz diferença no Congresso Nacional. Sem contar que Dilma, a presidente, quer manter distância da ex-chefe da Casa Civil.