Pátria de chuteiras furadas – José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), está preso na Suíça desde o dia 27 de maio. Desde então, o ex-cartola pode se comunicar através de cartas com parentes e amigos.
Marco Polo Del Nero, atual presidente da CBF, enviou duas correspondências ao amigo: uma delas um dia após ser detido; e a outra, no último dia 3 de julho, onde escreveu que considera o vice-presidente da entidade “um irmão”, afirmando que lhe “deseja sorte” e que “reza para que ele deixe a prisão”. O dirigente também se colocou à disposição para ajudar o ex-presidente da CBF, contudo não ofereceu auxílio da entidade.
Aliás, desde que Marin foi preso, Del Nero tenta descolar a imagem do dirigente à da atual gestão da CBF.
Inclusive, um dia após a detenção, o nome de Marin que batizava o prédio da confederação foi retirado.
José Maria Marin foi banido provisoriamente do futebol após a prisão na Suíça. Nesta quarta-feira, 22, a Fifa negou recurso da defesa do cartola, que tentava derrubar o veto que impede que ele participe de qualquer atividade no esporte.
O ex-cartola é acusado de fraude, lavagem de dinheiro e conspiração envolvendo recebimento de propina em acordos para a transmissão de competições como a Copa América e Copa do Brasil.
Quando foi preso na Suíça, ele recebeu auxílio da Conmebol com a contratação de advogados. Até junho, Marin já havia gasto cerca de R$ 1,9 milhão com advogado.
Marco Polo Del Nero foi vice-presidente da entidade e braço direito de Marin, durante sua gestão na CBF, de 2012 a 2015.
O atual presidente da CBF participou da negociação e do fechamento de pelo menos 10 dos 13 contratos que a confederação tem com patrocinadores. Eles foram firmados entre os anos de 2012 e 2015.
Del Nero assinou o balanço de demonstrações financeiras da entidade de 2014, em abril, antes de assumir o cargo. O documento detalha todas as contas da confederação no último ano de gestão de José Maria Marin, incluindo os acordos de patrocínio da entidade, que totalizam uma receita de R$ 359 milhões em 2014. Ele foi o único dos cinco então vices da entidade a fazê-lo.