Financial Times: Brasil foi de ‘motor’ a ‘homem doente’ dos emergentes

crise_economica_05Descendo a ladeira – Em reportagem publicada na segunda-feira (3), o jornal britânico “Financial Times” afirmou que o Brasil passou de “um dos motores da economia global” para o “homem doente” dos mercados emergentes.

“O país passou de um dos motores da economia global, como umas das nações com crescimento acelerado dos autodenominados Bric, a homem doente dos grandes mercados emergentes”, ressalta o texto do sisudo tabloide britânico.

“O desemprego está disparando e a confiança empresarial despencando. A Standard & Poor’s, agência de classificação de risco, está considerando cortar sua nota de grau de investimento para junk (sucata, em tradução livre, nota que indica pouca capacidade do país de pagar suas dívidas). O país está quebrando todos os recordes da forma errada”, destaca a publicação.

Ocupando uma página do jornal, a reportagem afirma que, de acordo com o FMI, entre os grandes mercados emergentes só a Rússia terá um resultado pior que o do Brasil em 2015. Apesar disso, a publicação diz que, segundo economistas, a recessão atual é uma retração cíclica e não uma crise como a que o país enfrentou nos anos 1980 e 1990.

O “Finacial Times” também afirma que o País não passa por uma crise contábil ou cambial, mas, assim como outras economias emergentes, está sofrendo com o fim do superciclo das commodities em meio à desaceleração da demanda chinesa e do esgotamento do boom de crédito doméstico.

“Mas a profundidade da ressaca está sendo atribuída às tentativas de Dilma, no primeiro mandato, de prolongar a festa por meio de controle de preços e um programa de estímulo altamente ineficiente”, revela.

O jornal afirmou também que a crise coloca em risco uma grande conquista do PT em seus anos de poder, a criação de uma nova classe média baixa, e que isso também ameaça a presidente Dilma Rousseff. A reportagem também diz que a presidente terá que sobreviver aos próximos anos e esperar que a economia se recupere.

A publicação afirma que há “sinais reais” de que a política monetária de ajuste do Banco Central está agindo para reduzir a inflação e que, com isto sob controle, as altas taxas de juro podem ser aliviadas, permitindo que a economia respire novamente. (Danielle Cabral Távora)

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