Sete de copas – O grupo Schahin, que mantinha estreitas relações (muito estreitas, segundo o ex-deputado André Vargas, preso em Curitiba) com o casal petista Gleisi Helena Hoffmann e Paulo Bernardo da Silva, tem poucas esperanças de retomar seus contratos de construção de plataformas para a Petrobras. Sem esses contratos, a empresa, que está em recuperação judicial, não sairá do fundo do poço. A informação é de Murilo Ramos, da revista Época.
A Schahin Engenharia, que faz parte do grupo, está entre as empresas citadas como participantes de cartel de empresas que atuavam na Petrobras à sombra do esquema de corrupção que ficou conhecido como Petrolão. A empresa arrendava cinco plataformas de perfuração para a estatal. Depois de deflagrada a Operação Lava-Jato, a Schahin Engenharia perdeu os contratos e entrou na Justiça com pedido de recuperação.
O grupo acumula pendências difíceis em termos de solução. Não explicou, por exemplo, o abandono desde o ano passado das obras da sede da Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu. Orçada em R$ 282 milhões após sete aditivos, apenas 40% das obras foram concluídas. A Unila devia ser inaugurada em 2014, não tem mais data para ser entregue.
A empreiteira Schahin está profundamente envolvida na operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que investiga superfaturamento de obras e pagamento de propinas no âmbito da Petrobras. O grupo Schahin, por sua vez, obteve contratos de R$ 10 bilhões com arrendamentos de plataformas para a Petrobras, sendo que a empresa cresceu na esteira da petrolífera após negociação intermediada pelo publicitário Marcos Valério. A informação foi prestada pelo operador do Mensalão em depoimento secreto ao Ministério Público.
Antes de ser ejetado do PT, o ex-deputado federal André Vargas Ilário (ex-PT) mandou um recado pela revista Veja. Ligou o grupo Schachin a Gleisi e Paulo Bernardo.
“O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo ‘Beto’. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a R$ 10 bilhões”, disse à revista semanal.